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XXIX – As Más Leituras - Os danos das más leituras


II – Os danos das más leituras


1 – Filipe da Macedônia


Conta-se que Filipe da Macedônia (+336 a.C.) teria um dia exclamado: “Se eu conseguir introduzir um burro carregado de ouro em qualquer cidadela aguerrida, abalo-a em seus alicerces!”. Isso afinal se podia dar, pelo grande poder do ouro. É no entanto certo que se numa casa se fizesse entrar um livro mau, bastaria isso para a abalar em seus alicerces morais, mesmo que fosse ela fortificada com todas as baterias. Quem pode calcular as ruínas que traz a má imprensa?


2 – Uma visão do Profeta Zacarias


O Profeta Zacarias assim descreve uma visão sua: “Quando eu contemplava pensativo e triste as profanações do lugar sagrado, ouvi uma voz que me dizia: ‘Levanta-te’. Eu levantei a cabeça e vi um livro que esvoaçava. E a voz a mim: ‘Que vês tu?’. E eu disse: ‘Vejo um grande livro pelo ar, de vinte côvados de comprimento e dez de largura’. E aí a voz misteriosa: ‘É essa a maldição que se espalha sobre toda a terra: Haec est maledictio quae egreditur super faciem omnis terrae’” (Zac 5,1-3).


***


Eis apontada a principal causa dos males que contristam a nossa época. São os abomináveis livros de escrevinhadores e romancistas; são os ímpios jornalecos e periódicos impudicos que arrastam à corrupção e ao embrutecimento as almas, mormente dos jovens, e empestam a sociedade hodierna. Os jovens, mais do que todo mundo, se ressentem do seu dano. Nessa idade em que é mais férvida a fantasia, mais forte a curiosidade, mais fácil a inflamação dos espíritos, e mais do que nunca falta a reflexão, facilmente se recorre a essas fontes túrbidas e envenenadas; e se crê em tudo, e avidamente se bebe!


Quantos jovens ingênuos e inclinados ao bem que eram a esperança da Igreja e da pátria, e que deixariam gloriosos exemplos de virtude, se têm transformado no tormento da família e no escândalo dos concidadãos!


Quantas donzelas educadas na modéstia e no pudor, que prometiam ser esposas fieis e mães cristãs, trouxeram a desonra à casa, se tornaram o desespero do marido e a ruína moral e religiosa dos seus filhos.


Quem tem operado mudança tão funesta?


As páginas ímpias e celeradas que caem em suas mãos. Um grande escritor disse: “Um livro bom faz e fará santo a qualquer um; um livro mau multiplicará aos milhares os ímpios e os devassos”.


3 – Exemplos de pervertidos


Eutíquio (da Grécia) a princípio foi um defensor da religião; depois, por ter lido livros heréticos, tornou-se um dos heresiarcas mais encarniçados.


Bellinger era um jovem de grande piedade e estudioso, bastou a leitura de um livro protestante para o fazer ficar mestre de corrupção e de impiedade.


E. Rénan fizera seus estudos no Seminário e era ótimo rapaz. A leitura de livros incrédulos foi para ele o primeiro passo para a apostasia, na qual chegou a duvidar da divindade de Jesus Cristo.


Dois rapazes em Florença, em 1886, assaltaram um cidadão, repetindo uma cena lida em romances de Ponson du Terrail.


Em Decazeville os operários de uma fábrica jogaram pela janela o seu chefe para reproduzirem uma cena lida em Zola.


No Tribunal de Pas de Calais foram condenados dois jovens primos, um de 18 anos e outro de 17, por terem matado com 17 facadas uma mocinha de 15 anos. Esses moços, com repugnantes cinismo, disseram perante o tribunal que a causa do assassínio tenha sido péssimas leituras.


E poder-se-ia continuar com esses fatos que enchem todo dia de delinquentes os cárceres, e não pouco dão o que pensar aos jovens. Que vão ao sepulcro de tantos infelizes os escritores de livros perversos, e digam: Eis as novas vítimas!


4 – Sentenças de homens ilustres


Ante os danos funestos das más leituras foram ditas palavras de ouro por homens ilustres antigos e modernos.


Catão, pagão, em pleno Senado exclamava: “Livros que destroem a religião e combatem a honestidade dos costumes, não podem ser senão a ruína da sociedade e a subversão da República”.


Cícero: “Romanos, deixai circular sem proibição livros dessa espécie, e vereis breve sem autoridade os Cônsules, sem poderes o Senado, rompido todo liame social, destruído o vosso império, derrubado de seus alicerces a vossa cidade”.


Luís XVI, o infeliz monarca vítima da Revolução, apontando para duas publicações pestíferas, exclamava consternado: “Esses dois livros arruinaram-me a França”.


Napoleão I, falando do estrago que produzem os livros perversos, chegou a dizer: “Não temerei enfrentar com as minhas falanges o inimigo que me espera; mas temo aqueles que com os livros corrompem o coração de meus soldados, os diminuem e os desencorajam”.


Santo Agostinho assim sentenciava: “Com a leitura de maus livros se aprende a conhecer o mal sem horror, falar nele sem pudor, cometê-lo sem reserva”.


(Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino,

riginal La Parole di Dio per la Via d’Esempi)


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