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XVIII – As Más Companhias - Os danos que acarretam as más companhias



1 – A desventura de quem é prejudicado


As vítimas de um mutilador – Conta Sêneca de um homem impiedoso, que, por cobiça de dinheiro, usava esta barbaridade. Recolhia pelas ruas e na campanha jovens abandonados por seus pais (idólatras), e os levava para um antro subterrâneo. Ali os deformava cruelmente: a uns destroncava os braços, a outros quebrava as pernas, a outros ainda arrancava os olhos ou decepava as orelhas. Depois, assim mutilados e tornados inúteis, punha-os na rua para que comovessem os transeuntos e destes obtivessem algum auxílio. De volta à noite para o antro, eram os infelizes despojados das esmolas recebidas que ficavam em poder daquele tirano.


Quem não treme de indignação contra esse monstro de crueldade? E quem não lamenta a desventura daqueles pobrezinhos, que se não fossem tão mutilados teriam sido úteis para si e para a pátria?


Pois bem, maior é a desventura dos jovens que foram corrompidos e mutilados na alma pelos companheiros, quanto jovens, de índole boa, teriam tido ótimo resultado nas coisas da alma, se não tivessem ficado cegos pelos companheiros perversos! E quantos teriam progredido na virtude e nos estudos ou ter-se-iam tornado honestos artífices, se não fosse algum pérfido estroina que os transviou e os levou à perdição! Eis os danos que acarretam as más companhias!


2 – Os fatos


De fatos lamentáveis, antigos e recentes, está cheia a história. Bastará contar um dos hodiernos.


Um fim semelhante ao de Judas – Um bom rapaz fazia seus estudos num colégio da França, onde atou amizade com dois colegas corruptos e maliciosos. Essa amizade foi para ele a ruína total, pois aqueles dois apóstolos de Satanás, com conversas e com livros que lhe davam a ler, fizeram-no perder a inocência e a paz da alma. De volta para a casa da família para as férias. Foi admitido à primeira comunhão, tendo já 12 anos. Mas ai de mim! O desgraçado que não queria deixar os vícios, se confessou sacrilegamente e fez a comunhão do Judas. Seus pais, iludidos pelas falsas aparências, julgavam-no ainda bom, e mandaram-no de volta ao colégio. Mas os superiores notaram logo nele uma grande mudança: viam-no sombrio, grosseiro, violento, desobediente, descarado com os mestres e sem vontade de estudar. Por isso tiveram de chegar aos castigos. E um dia o prefeito o trancou na prisão do colégio por algumas horas, deixando-lhe livros e papel e todo o necessário aos seus trabalhos escolares. Passado o tempo estabelecido, o superior foi abrir a prisão e viu... (Oh! Que horror!) o jovem enforcado numa trave do teto. Na mesinha, em vez do trabalho escolar, se encontrou um escrito em que se achavam expressos os sentimentos de uma alma ímpia e desesperada. Tal o fim desse infeliz arruinado por maus companheiros: o fim de Judas!


Conclusão


Ouvistes quais são as más companhias, e como se podem conhecer; conhecestes a obrigação de fugir delas, e como são vãs e estultas as desculpas de quem não as quer evitar. Enfim, deveis ter tocado com a mão o grande mal que podem e que fazem realmente, como são o flagelo de tão pobre juventude, a peste do mundo, a ruína das almas! Fugi afinal delas, por caridade! Fugi sempre, como fulgiríeis da frente da serpente, se vos quereis conservar bons!


Assim vos achareis contentes nesta vida, e mais contentes ainda na eternidade.



(Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino,

Do original La Parole di Dio per la Via d’Esempi)

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