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XXIII – A Pureza - O que nos proporciona



A Pureza

O que nos proporciona


II – O que a pureza nos proporciona


1 – O amor e as bênçãos de Deus


É esse o principal de todos os bens. Quando sabeis que o Senhor vos ama, e com um amor singular, que poderíeis desejar mais? Sabei que a pureza une consigo também as demais virtudes: as almas puras são ainda humildes, obedientes, caridosas, diligentes na prática dos seus deveres, e ama o Senhor. E uma alma que ama o Senhor é certamente mais do que amada por ele.


Deus abençoa as almas puras e derrama sobre elas abundantíssimas graças; e não só sobre elas, como sobre suas famílias. Quantas vezes, nas calamidades públicas, foram por Deus poupadas as casas onde havia almas inocentes! Quando rezam, as almas puras obtêm de Deus tudo o que desejam: ela são, perante Deus, como as crianças perante sua mãe, a qual as satisfaz sempre e as cumula de carícias.



2 – A estima e os favores do homens


Os rapazinhos puros e as meninas castas sempre foram e serão queridos por todo mundo, e admirados até pelos maus. Não ouvis, afinal, qual a linguagem do mundo perverso, quando se trata de algum jovem cuja pureza ele admira? Diz dele: “É um anjo!”


“Parece uma Nossa Senhora!” - Dizem que o célebre pintor francês Hipólito Flandrin (+ 1864) tinha um semblante nem regular nem belo; e no entanto, quando estudava em Roma, era simpático a todo mundo tido em veneração, porque possuía uma alma cândida. E o povinho, quando o via, exclamava admirado: “Olha, parece uma Nossa Senhora!”


A pureza e a inocência dos jovens, além da estima obtém ainda os favores dos homens bons e malvado.


Um episódio na guerra hussita – Em 1432, uma tropa de bárbaros sequazes do herético João Huss, capitaneados por Procópio, sitiou a cidade de Naumburg (Saxônia) para destruí-la. Os habitantes, aterrorizados, davam-se por perdidos; todavia, tentaram um extremo recurso para obter graça do inimigo. Vestiram-se de luto todas as crianças e mandaram-na ao chefe dos hussitas a fim de implorarem a salvação da cidade. Procópio, embora homem crudelíssimo, à vista daqueles inocentes, enterneceu-se: acolheu o seu pedido, e levantou logo o cerco da cidade, devolvendo as crianças carregadas de cerejas. Para lembrar esse acontecimento, a cidade de Naumburg sempre celebrou, e ainda celebra, todo ano, a denominada festa das cerejas, com uma procissão feita por crianças que trazem ramos cheio de cerejas.


Vedes como até dos homens perversos vêm favores àqueles que são puros e limpos de coração?


Por isso disse o Espírito Santo: “Oh! Como é bela a geração das almas castas! Sua memória é imortal, pois é conhecida perante Deus e perante os homens: O quam pulchra est casta generatio cum claritate! Immortalis est enim memoria illius; quoniam et apud Deum nota est, et apud homines” (Sab 4,1).


Mas o inestimável tesouro da pureza, nós o temos em vazo de barro, como diz São Paulo (2Cor 4, 7). Assim, é preciso usar todos os meios para conservá-lo. A fim de vos pôr em guarda, dir-vos-ei agora como se pode perder esse tesouro.



(Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino,

Do original La Parole di Dio per la Via d’Esempi)

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