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Sermão do XXIII Domingo depois de Pentecostes - 2025

por S.E.R. Dom Tomás de Aquino O.S.B.

 

“Filia mea modo defuncta est…”

“… non est enim mórtua puella, sed dormit…”

“Et deridebant eum.”

 

  A Santa Igreja parece morta neste momento. Ela foi invadida pelos modernistas que tomaram os seus postos-chave. As previsões e planos da maçonaria parecem ter triunfado. A maçonaria desejava um papa que tivesse as ideias da maçonaria. Ela não queria um papa maçom. Isso poderia ser perigoso para ela, mas um papa com suas ideias seria o ideal. Deus permitiu que assim fosse, como no caso de Jó, em que Deus permitiu que ele fosse tentado, atacado, espoliado e ferido pelo demônio a ponto de ser abandonado pela esposa e pelos amigos.

 

Um concílio que rompe com a Tradição, ou seja, que rompe com Nosso Senhor Ele mesmo. Reformas que intensificam essa ruptura. Excomunhão de Dom Lefebvre e de Dom Antônio de Castro Mayer, os quais nunca foram reabilitados.

 

Nova liturgia da Missa, como havia sido predita pelos piores inimigos da Igreja. Reuniões ecumênicas ao gosto da maçonaria, reuniões que são a negação da exclusividade da Igreja Católica como única arca da salvação.

 

Novos santos que são, na verdade, falsos santos, como “são João Paulo II”, “são Paulo VI”, “são João XXIII” e muitos outros.

 

Incentivo ao movimento carismático de origem protestante e diabólica.

 

Ataques contra os termos corredenção e mediação de Nossa Senhora.

 

Destruição e corrupção dos seminários e da vida religiosa, estagnação das vocações.

 

Redução e quase aniquilação da vida missionária.

 

Ou seja, alinhamento da Igreja com o mundo, com a maçonaria, com a Revolução sob a dupla face liberal e comunista.

 

Podemos nos perguntar: a Igreja ainda subsiste? Que devemos responder? Que responde a maçonaria?

 

Sim, responde ela. A Igreja está morta.

 

Mas Nosso Senhor nos diz: “Afastai-os. A menina não está morta. Ela dorme.”

 

Penso que podemos aplicar essas palavras à Igreja. Quem dorme está vivo.

 

A Igreja parece morta. Sua hierarquia está destroçada. Podemos pensar que tudo está perdido.

 

Mas não. Tudo não está perdido, pois, como diz Nosso Senhor, “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

 

A Igreja prossegue a sua missão debaixo da maior perseguição jamais vista desde a sua fundação.

 

Mas onde está a Igreja?

 

A Igreja está onde estão as suas quatro notas: Una, Santa, Católica e Apostólica.

 

Una. Há unidade na Igreja Conciliar? Os episcopados não se entendem nem entre si nem com Roma. Uns querem a ordenação de mulheres, outros não. Uns são pela teologia da libertação, outros não. Uns pelos contraceptivos, outros não. Outros querem maior autonomia, e Roma não.

 

Santa. Onde está a santidade da Igreja Conciliar? Em “São” João Paulo II? Em “São” Paulo VI? Em “São” João XXIII? Na missa nova? Nos padres que se recusam com frequência a confessar? Nos fiéis abandonados e sem padres que os guiem?

 

Católica. Quando se falta com o espírito missionário e se abandonam os índios e se recusa fazer apostolado junto aos ortodoxos e protestantes? Quando a Santa Sé faz acordos com ortodoxos de não mais procurar converter seus adeptos em certas regiões do Oriente? Quando a madre Teresa de Calcutá dizia que não se deve converter os budistas e que bastava que fossem bons budistas e muçulmanos?

 

Apostólica. A Igreja Conciliar não é apostólica, pois rompe com os apóstolos ao romper com a Tradição.

 

Mas, então, onde está esta Igreja que dorme e que Nosso Senhor ressuscitará, se assim for de seu agrado?

 

Ela parece morta, mas não está.

 

Ela é una na sua fé.

 

Ela é santa nos seus sacramentos, no seu sacrifício da Missa e nos seus membros, uns mais, outros menos, mas muitos vivem na graça de Deus, nas famílias numerosas, nas boas vocações, etc.

 

Ela é católica, pois está em toda a terra, em todos os continentes.

 

Ela é apostólica, pois ensina as mesmas verdades que os apóstolos ensinavam e que estão nos catecismos do Concílio de Trento e de São Pio X, nos doutores e teólogos aprovados pela Santa Igreja.

 

A Igreja dorme, mas não está morta.

 

A Fraternidade São Pio X escolheu aproximar-se um pouco da Igreja Conciliar. É uma atitude perigosa. Nós preferimos aguardar que Nosso Senhor venha despertar a Igreja oficial de seu sono.

 

Nossos inimigos são espertos. Eles já enganaram a muitos. Nós preferimos guardar a reserva que teve Dom Lefebvre. Ele dizia que, se o chamassem novamente à mesa das negociações, seria ele quem poria as condições. Se Roma não aceitasse as encíclicas que condenam os erros modernos, se ela não aceitasse o Syllabus, a Pascendi, a Quas Primas etc., então, nada feito!

 

Por ora, Roma não dá sinais de aceitar essas encíclicas de Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Pio XI e de todos os papas que condenaram os erros modernos.

 

Então, nós continuamos a esperar com o socorro de Maria Santíssima, Corredentora e Medianeira de todas as graças.

 

Mas, enquanto esperamos, nós nos recusamos a dizer que a Igreja está morta. A Igreja não morre. Ela pode parecer morta, mas está viva e nos comunica a vida da graça que nos conduz à vida eterna.

 

Assim seja.

*Os artigos publicados de autoria de terceiros não refletem necessariamente a opinião do Mosteiro da Santa Cruz e sua publicação atêm-se apenas a seu caráter informativo.

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