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Boletim da Santa Cruz – 53

DEZEMBRO DE 2017 – Nº 53

Caríssimos amigos e benfeitores,

Cem anos de Fátima, trezentos anos da devoção a Nossa Senhora Aparecida e, para nosso mosteiro, trinta anos de fundação, fundação que se deu, oficialmente, com uma missa solene no dia 3 de maio de 1987. Dom Antônio de Castro Mayer nos honrou com sua presença nessa ocasião assim como os padres e fiéis de Campos, sem falar dos amigos e familiares do Rio de Janeiro e de outras cidades do Brasil.

1987 foi marcado também pelo anúncio das sagrações que Dom Lefebvre pretendia fazer naquele mesmo ano. Propostas de Roma adiaram a decisão final, que só se concretizou em 1988, no dia 30 de junho, dia em que Dom Lefebvre realizou o que ele mesmo chamou de “operação sobrevivência”, opondo-a aos acordos com os modernistas, acordos que teriam sido, dizia ele, uma “operação suicida”.

Embora consagrando o melhor de seu tempo à oração, os monges de Santa Cruz não podiam ficar alheios ao que se passava na Europa. O prior de Santa Cruz, juntamente com três padres de Campos, acompanhou Dom Antônio de Castro Mayer em sua viagem a Ecône.

Os acontecimentos que se seguiram às sagrações marcaram profundamente nossa fundação, e nossa atual posição de resistência a Dom Fellay não é senão a continuação da mesma atitude que nos fez resistir à Dom Gérard em 1988 para não nos separarmos de Dom Lefebvre. Caso contrário, teríamos feito uma “operação suicida”, como o Barroux, que se transformou num defensor da Liberdade Religiosa e aceitou a Nova Missa, embora continuem a rezar a missa de sempre.

Na defesa desta mesma fé católica e no mesmo espírito de Dom Lefebvre e de Dom Antônio de Castro Mayer, o Brasil conta com uma comunidade que festejará o seu quinquagésimo aniversário em 2019. Trata-se da congregação fundada pelo Rev. Padre Jahir Britto (FBMV). Esta congregação é especialmente consagrada a Nossa Senhora da Fé, desta Fé que é a raiz da vida da graça. Em Fátima, Nossa Senhora disse: “Em Portugal, sempre se conservará o dogma da Fé”, o que nos recorda a importância da Fé , sem a qual não podemos nem honrar a Deus como Ele deve ser honrado nem salvar nossas almas.

Unidos a nossos amigos e companheiros de combate que se encontram espalhados pelo mundo inteiro, pedimos a Deus, por intercessão de Nossa Senhora de Fátima, a graça de guardar a Fé, que opera pela caridade, na qual consiste toda a perfeição, pois Deus é caridade e quem permanece na caridade permanece em Deus.

Tomás de Aquino OSB

Doutrina

 I

            São João da Cruz nas suas obras expõe uma doutrina austera e exigente, doutrina, ao mesmo tempo, luminosa e necessária para todos nós. Santa Terezinha ilustrou esta doutrina e lhe acrescentou novas luzes de tal maneira que os Papas a recomendaram vivamente a todos os fiéis sem distinção. Pio XII disse que Santa Terezinha havia redescoberto o coração do Evangelho e São Pio X a chamou “a maior santa dos tempos modernos”. Negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e seguir Nosso Senhor à luz da fé. Eis as bases desta subida do monte Carmelo e de toda a vida espiritual. A fé é uma noite para a inteligência, mas uma noite que brilha mais que o dia. É ela que nos guia na crise atual.

O que foi a vida de Dom Lefebvre, seu apostolado, seu combate durante concílio, a fundação da Fraternidade, as sagrações de 1988 senão uma noite obscura para a razão humana? Dom Lefebvre, como todos os homens de Deus, realizou o programa de São Paulo: “Justus autem meus ex fide vivit” (S. Paulo aos Hebreus X, 38).

Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus e homem. Ele é Rei por direito de nascença e de conquista. O mundo inteiro pode dizer o contrário. A verdade permanece a mesma. A Roma modernista pode dizer o contrário. A verdade permanece a mesma. A realeza de Nosso Senhor é uma verdade de Fé. Esta verdade brilha nas trevas do Liberalismo atual.

Para defender esta verdade, Dom Lefebvre teve de renunciar a tudo. A história da Fraternidade foi a história das separações. Dom Lefebvre sofreu com elas, mas elas não o abateram, porque ele não se apegou a nada, senão à verdade, a Nosso Senhor, à Tradição.

Nada, nada, nada, dizia o doutor carmelita. “Aquele que quiser salvar sua vida perdê-la-á, mas aquele que a perder, por amor de mim, salvá-la-á”. (S. Mateus XVI, 25)

Em 1988 Dom Lefebvre foi posto à prova. Só Deus sabe a que ele teve de renunciar, mas tendo deixado tudo, ele obteve tudo, e é isto o que ele nos deixou: “Tradidi quod et accepi”. Toda a Tradição da Igreja. Intacta.

Recolhamos tal herança com as mesmas disposições de alma, lembrando-nos ainda de uma sentença do doutor carmelita: “Quanto maior é a carga, mais leve é, se levada por Deus”.

Foi assim com os pastorinhos de Fátima. A carga foi imensa, mas eles a levaram com o sorriso nos lábios, como Dom Lefebvre, como a carmelita de Lisieux.

II


Após a fé, a visão. Após a noite da fé, a luz de glória, que elevará nossa inteligência para que ela possa contemplar a Deus face a face.

Bento XII, na Constituição Benedictus Deus de 21 de janeiro de 1336, ensina que “as almas dos justos, depois da paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, viram, veem e verão a essência divina com uma visão intuitiva e mesmo facial, sem nenhuma criatura que se interponha.”

Visão de Deus na qual nossa inteligência será elevada pela luz de glória que nos permitirá ver a essência divina.

Esta luz de glória é maior nos grandes santos e menor nos menos santos. Ela não depende das forças naturais da inteligência de cada um, mas da graça divina, do grau de caridade de cada um, pois, diz Santo Tomás, onde há maior caridade há maior desejo e é da veemência do desejo que vem a aptidão a receber o bem desejado. (I, q. XII, a. 6)

Tanto Nosso Senhor como Nossa Senhora têm um inteligência naturalmente inferior à dos anjos, mas a luz da glória situa Nosso Senhor num grau indescritivelmente superior a todos os anjos, pois Nosso Senhor é a própria Sabedoria Encarnada e sua humanidade está unida à sua divindade na união hipostática, ou seja, na unidade de sua pessoa divina.

Quanto a Nossa Senhora, ela foi elevada bem acima dos anjos e é a Rainha dos anjos.

Que nossa Fé, que age pela caridade, nos faça desejar o que Nosso Senhor obteve para nós pela sua paixão e morte na cruz e que nosso desejo de Deus cresça a cada dia para merecermos o título dado pelo anjo ao profeta Daniel: “homem de desejo”, e que também nós possamos ver a Deus face a face na luz da glória com todos os santos.

Um santo tempo de Natal e um feliz Ano Novo a todos os nossos amigos e benfeitores.

Crônica

8 de dezembro de 2016 – Festa da Imaculada Conceição

Frei Pedro Maria, terciário regular franciscano que em 2015 juntou-se à Resistência, renova seus votos temporários. Nosso Ir João da Cruz e Rodrigo Ribeiro (seminarista da Sociedade dos Apóstolos de Jesus e Maria, o qual conclui sua formação em nosso mosteiro) recebem a primeira tonsura, pela qual se tornam clérigos.

17 de dezembro

Frei João Maria, carmelita filipino, é ordenado sacerdote por Dom Tomás de Aquino, em uma bela cerimônia. O novo sacerdote deverá auxiliar Pe. Chazal em seu seminário e suas missões na Ásia.

11 de março de 2017

Rodrigo recebe as primeiras ordens menores (de ostiário e leitor).

12 de março

Dom Tomás de Aquino confere a prima tonsura a nosso Irmão João Batista.

11 de maio

Em Vienna, nos Estados Unidos, na paróquia do Rev. Pe. Ringrose, é sagrado Dom Gerardo Zendejas, para consolo dos fiéis que tanto necessitam de um guia seguro nestes tempos de desorientação diabólica.

12 de maio

Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria Santíssima, realizada pelos quatro bispos da Resistência. Não é o que Nossa Senhora pediu em Fátima, mas é tudo o que podemos fazer. Podemos, é verdade, rezar e fazer sacrifícios. Podemos divulgar os cinco sábados. Podemos divulgar a devoção ao Imaculado Coração. É o que tentamos fazer igualmente.

22 de agosto

Ir. João Batista recebe suas primeiras ordens menores (de ostiário e leitor), enquanto Rodrigo recebe as ordens de acólito e exorcista, conferidas por S. Exa. Revma. Dom Tomás de Aquino.

14 de setembro

  1. Exa. Revma. Dom Gerardo Zendejas nos prestigia com sua visita por ocasião da festa da Santa Cruz e confere as ordens menores de ostiário e leitor ao nosso Ir João da Cruz.

16 de setembro

Numa bela missa pontifical em honra da Santa Cruz, Dom Tomás de Aquino confere o subdiaconato a Rodrigo e as ordens menores de exorcista e leitor ao Ir. João Batista.

Após a santa missa, um almoço, que reúne os fiéis, e à tarde as crianças apresentam peças teatrais – sobre o centenário das aparições de Fátima e sobre o descobrimento do Brasil. No final, é dada a bênção com a relíquia da Santa Cruz.

29 de outubro – festa de Cristo Rei

Renovação da consagração da Rússia ao Imaculado Coração feita pelos quatro bispos da Resistência em Fátima. Que a Rússia volte ao seio da Igreja e que nela também se conserve o dogma da fé, do qual ela se afastou pelo cisma e suas consequências que ruinam a verdadeira fé.

Nota do Celeireiro

O celeireiro deve ter cuidado de toda a parte material do mosteiro. No exercício de sua função, ele deve ser como um pai para toda a comunidade, pois o monge, não tendo nada de próprio, depende inteiramente dos seus superiores e particularmente do celeireiro para tudo o que diz respeito à saúde, vestimenta, alimentação, ferramentas de trabalho, etc..

Mas o pobre celeireiro só pode dar o que tem e o que ele tem é, frequentemente, um cofre vazio. Por esta razão, ele lhes vem mendigar uma ajuda para poder cumprir sua missão, que se assemelha à de São José no seio da Sagrada Família.

Neste fim de ano as despesas aumentam com o décimo terceiro de nossos empregados e dos professores de nossa escola.

Nossas orações na Missa e nos Ofícios intercedem sempre por nossos amigos e benfeitores.

Ir. Celeireiro

Endereço e contas bancárias para correspondência e para quem quiser nos ajudar:

Soc. C. Mant. do Mosteiro da S. Cruz                 Soc. C. Mant. do Mosteiro da S. Cruz

Banco Itaú S.A.                                            Banco do Brasil S.A.

Agência 0222                                               Ag. 0335-2 – conta 5055-5

Conta 29186-6 ou 47957-8 (escola)                   Nova Friburgo – RJ

Nova Friburgo – RJ

Sociedade Civil Mantenedora do Mosteiro da Santa Cruz

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Nova Friburgo – RJ

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