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PAX
28 de agosto de 2016
festa de Santo Agostinho
Doutor da Igreja
Caros amigos e benfeitores,
Nosso boletim estava prestes a partir, quando recebemos a declaração de D. Fellay do último 29 de junho. Essa declaração nos fez suspender o envio deste boletim. Será que a Fraternidade estava mudando de parecer sobre a questão dos acordos? Foi preciso um certo tempo de espera. As declarações que se seguiram ora da parte de Roma, ora da Fraternidade mostraram-nos que não se tratava disso.
A análise feita por D. Williamson (conf. Com. Eleison 474) da declaração de D. Fellay de 28 de junho (publicada após a do dia 29) mostra-nos que a questão doutrinária não havia sido resolvida nem mesmo no interior da Fraternidade São Pio X. Apresentar a Pascendi como denunciando antes de tudo a independência é um erro revelador. O coração do Modernismo, como diz São Pio X, é o agnosticismo, isto é, um erro do pensamento que atinge a fé, mas por meio de uma falsa filosofia. A inteligência em perigo de morte, disse Marcel de Corte. É a inteligência que é tocada em primeiro lugar pelos modernistas, a inteligência que é sede da virtude sobrenatural da fé. É a “total perversão do espírito”, disse D. Lefebvre. Realizada essa perversão, todo o resto se segue. O Modernismo destrói todo o conjunto: a natureza e a graça, a inteligência e a fé.
São Pio X ergueu-se para proteger a fé. D. Lefebvre ergueu-se pela mesma razão. A Resistência o faz igualmente. Se a Fé é abalada, é todo o edifício que desmorona. A questão da independência é muito importante, mas a da fé a precede. É preciso, primeiramente, a submissão da inteligência a Nosso Senhor tanto pela submissão ao real acessível à razão, quanto pela submissão à fé, à Revelação, que nos dá a conhecer o real inacessível à razão por si mesma. A submissão a nossos superiores é condicionada a esta dependência fundamental. Ela vem depois e se funda sobre a primeira. O golpe de mestre de Satanás foi o colocar todos os católicos na desobediência à Tradição por obediência, disse D. Lefebvre. Importa não repetir o mesmo erro.
Enviamo-lhes, portanto, o texto que já estava pronto para ser enviado em junho, assim como um artigo de Arsenius sobre a declaração de 29 do mesmo mês e recomendamos vivamente a leitura do Comentário Eleison 474.
Rezamos pela Fraternidade, e de nenhum modo desejamos sua perda. Mas se ela arrasta seus membros e seus fiéis para uma diminuição da fé católica, nós não podemos segui-la, nem aprová-la, nem tampouco deixar de alertar seus fiéis.
Que São Pio X e D. Lefebvre nos venham em socorro.
+ Tomás de Aquino OSB
MUDANÇA BRUSCA E INESPERADA
Arsenius
Como sabemos, o Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X, realizado em 2006, decidiu que esta só faria um acordo prático com Roma, quando houvesse um acordo doutrinário. Sabemos, outrossim, que em 2012 o novo Capítulo Geral julgou de modo diferente: deu as bases para um acordo prático, sem exigir primeiramente da Roma modernista uma mudança de sua doutrina modernista.
Neste ano de 2016 houve um “semi-capítulo geral”, se assim o podemos chamar, no mês de junho passado, acerca do qual as previsões mais lógicas eram de que o mesmo iria no mesmo sentido das decisões tomadas em 2012, pois as declarações ainda recentes de altas personalidades da Fraternidade, como os padres Schmidberger e Pfluger, assim o faziam.
No entanto, o que é que lemos na declaração do Superior Geral, no encerramento da sobredita reunião deste ano? Um texto que o próprio Dom Lefebvre assinaria, no qual se afirma, entre outros, a supremacia da doutrina sobre um acordo prático. A que se deve tamanha mudança de rumo no modo de considerar a posição conveniente a se tomar na crise atual? Cremos que podemos levantar duas suposições.
Teriam as ações e palavras grandemente (e cada vez mais) escandalosas do Papa Francisco aberto os olhos da maioria esmagadora dos membros do “semi-capítulo geral”, fazendo-os chegar à conclusão que continuar a intentar um acordo com a Roma modernista na situação atual seria um inevitável suicídio, e que essa sua apreensão teria levado Dom Fellay, muito diplomata, a ceder perante tão grande número de oposições àquilo que até ontem ele julgava o mais acertado? Talvez. Corrobora essa suposição o fato de que os católicos tradicionais principalmente da Europa costumam ser muito leais e sinceros em suas palavras e que, ademais, sendo publicado o sobredito texto da declaração, o mesmo traria uma recusa de Roma em continuar o processo de “regularização” da Fraternidade, visto que no mesmo se diz que o Papa é uma das causas principais da crise pela qual atravessamos.
A segunda suposição seria: Visto que, como diz Alex Curvers, “a grande arte da subversão sob todas as suas formas é falar veementemente em um sentido e agir tanto mais energicamente no sentido oposto”, teria essa declaração a intenção de tão somente acalmar os espíritos inquietos (por serem clarividentes), provavelmente cada vez mais numerosos, diante do rumo desastroso que estavam tomando os dirigentes da Fraternidade? Talvez. Corrobora essa suposição as diversas declarações contraditórias anteriores do Superior Geral.
Não tomamos posição por nenhuma das duas suposições. Julgamos ser melhor esperar o futuro, com os fatos, para nos dizer se devemos crer ou não na sinceridade das palavras da declaração. Se virmos que toda tentativa de acordo houver desaparecido, se Dom Fellay se mostrar arrependido de suas declarações anteriores, se reabilitar os membros expulsos da Fraternidade justamente por haverem defendido a boa causa (nomeadamente Dom Williamson), e outras coisas semelhantes, veremos que a primeira suposição era certamente a verdadeira. Se, pelo contrário, apesar do que foi dito na declaração, as ações e palavras permanecerem no mesmo sentido das anteriores, infelizmente deveremos constatar que a segunda suposição era a mais verossímil.
Queira Deus que todos nos unamos num mesmo combate contra o inimigo comum, o modernismo e seus fautores, sem ceder neste ou naquele ponto. Virgem Santíssima, rogai por nós.
BOLETIM DA SANTA CRUZ
JUNHO DE 2016 – Nº 52
Caríssimos amigos e benfeitores,
Nos momentos trágicos em que vivemos, a misericórdia divina se torna mais presente e mais solícita. Não a falsa, que chama bem ao que é mal e mal ao que é bem, mas a verdadeira misericórdia que diz: “Vai e não peques mais”. O Papa Francisco infelizmente prega a falsa e não a verdadeira misericórdia e acelera a crise atual.
Para tornar menos difícil a salvação nos tempos em que vivemos, Nossa Senhora nos deu a devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Usemos deste meio, pois esta devoção ao Imaculado e Doloroso Coração de Maria Santíssima é a última dádiva dada às almas pela misericórdia divina. Na confusão que reina hoje nas fileiras dos que desejam servir a Deus, fixemos nossos olhares na Estrela do Mar, na Virgem Imaculada, e nós encontraremos o caminho da salvação.
Alguns dizem que nós, da Resistência, não temos ou que perdemos o amor e o sentido da Igreja. Quem somos nós para afirmar que a caridade brilha em nossas vidas? Não podemos proclamá-lo, mas podemos dizer sinceramente que nossa preocupação constante é a de seguir não somente os passos dos que nos precederam no combate atual, mas também os avisos e pedidos de Nossa Senhora. Cremos que isto é ter o sentido e o amor da Santa Igreja.
Tendo os cinco primeiros sábados como devoção e tendo as encíclicas dos Papas que condenaram os erros modernos como objeto de nossos estudos, nós queremos unir sempre a ciência à piedade: scientia cum pietate, divisa do Seminário Francês de Roma, onde se formou Dom Lefebvre.
Se a Fraternidade acha por bem ser regularizada canonicamente, nós achamos por bem não fazê-lo, pela simples razão de que uma normalização canônica na hora atual é uma temeridade. Como estar sob a autoridade daqueles que não professam a integridade da fé católica? Mas nos dirão: “E o Papa? O que os senhores fazem da obediência ao Papa?” Nós rezamos pelo Papa. Nós reconhecemos a dignidade de sua função, mas constatamos que ele não age como devia e que ele participa na destruição da Santa Igreja e da sociedade civil. Mas o Papa precisa de nossa ajuda, insistirão alguns. Nós o ajudamos mais recusando um acordo mesmo unilateral do que estabelecendo uma falsa paz com as autoridades romanas. “Mas não haverá falsa paz! A luta continuará! O combate vai, na verdade, começar agora e será mais decisivo do que nunca!” insistirão alguns. Não podemos deixar de pensar que isto é pura ilusão. Campos pensava o mesmo. A ilusão de Campos dura até hoje. Que a Fraternidade não siga o mesmo caminho que eles. Que acordem enquanto é tempo.
Dom Prior
OS CINCO PRIMEIROS SÁBADOS
Condições para receber a graça prometida:
“Olha, Minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de me consolar e diz que, todos aqueles que:
durante cinco meses [seguidos]
no primeiro sábado,
se confessarem,
recebendo a Sagrada Comunhão,
rezarem um terço e
Me fizerem quinze minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário
com o fim de Me desagravar,
Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.”
As cinco razões de consolar e desagravar o Imaculado Coração de Nossa Senhora;
são as cinco principais ofensas que ele recebe, a saber:
As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
As blasfêmias contra a Sua Virgindade perpétua;
As blasfêmias contra a Sua Maternidade Divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
As blasfêmias dos que procuram publicamente infundir, no coração das crianças, a indiferença, o desprezo e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
As ofensas daqueles que a ultrajam diretamente nas Suas sagradas imagens.
CRÔNICA
15 de março
Chegada de Sua Exa Dom Williamson. Aproveitando a ocasião, nós lhe pedimos uma conferência sobre a Pascendi, conferência que poderíamos resumir em duas palavras: “Primazia do objeto”. No Céu nós veremos até que ponto esta primazia é todo o nosso bem, pois Deus visto face a face fará toda a nossa beatitude. Negar o objeto de nossa inteligência, como faz Kant, é, de certa forma, recusar a visão beatífica. Eles têm olhos e não vêem, eles têm ouvidos e não ouvem.
16 de março
Chegada de Sua Exa Dom Faure, que passou antes por Minas Gerais, para reconfortar os fiéis abalados pelos últimos acontecimentos.
19 de março – Festa de São José
Nova Sagração, motivada pela situação da Igreja e a necessidade dos fiéis. A missão dos bispos é a guarda do depósito da fé e a administração dos sacramentos da Confirmação e da Ordem.
Estavam presentes à cerimônia vários sacerdotes, entre eles o Rev. Pe. Jahir Britto FBMV, o Rev. Pe. Rafael OSB, o Rev. Pe. Joaquim FBMV, o Rev. Pe. Trincado, o Rev. Pe. Zendejas, o Rev. Pe. Beltran, o Rev. Pe. Marcelo Masi, o Rev. Pe. Ângelo.
21 de março
Partida de Dom Faure, seguida da partida de Dom Williamson poucos dias após.
2 de abril
Partida de Dom Tomás para Contagem, onde celebra a Missa no sábado à noite e no domingo de manhã.
3 de abril
Ida a Ipatinga, onde celebra a Missa à tarde.
4 de abril
Partida para Vitória, onde quatro crianças fazem a sua primeira Comunhão.
5 de abril
Missa em Vitória, com a oblatura da Sra. Alícia Henriques Coan Delazari, cujo nome de oblata reúne a Rainha dos Anjos e aquela que São Pio X saudou como a maior santa dos tempos modernos, uma obscura carmelita que em vida foi conhecida apenas por suas irmãs de hábito e seus familiares. Belo exemplo da fecundidade da vida da graça que dispensa a propaganda tão procurada pelo mundo.
6 de abril
Partida para Teixeira de Freitas, onde um grupo de generosos fiéis já suscitaram duas vocações religiosas. Rezemos pela sua perseverança.
15 de abril
Chegada do Sr. Daniel Leroux.
16 de abril
Oblatura de Daniel Leroux, que recebe o nome de irmão Tomás Maria.
17 de abril
Conferência de nosso irmão Tomás Maria sobre a crise atual e sobre o seu livro “Pedro, tu me amas?” que ele autografa para os presentes.
24 de abril
Conferência do Sr. Paul Rousseau sobre a situação política do mundo atual.
NOTA DO CELEIREIRO
O celeireiro deve ter cuidado de toda a parte material do mosteiro. No exercício de sua função, ele deve ser como um pai para toda a comunidade, pois o monge, não tendo nada de próprio, depende inteiramente dos seus superiores e particularmente do celeireiro para tudo o que diz respeito à saúde, vestimenta, alimentação, ferramentas de trabalho, etc..
Mas o pobre celeireiro só pode dar o que tem e o que ele tem é, frequentemente, um cofre vazio. Por esta razão, ele lhes vem mendigar uma ajuda para poder cumprir sua missão, que se assemelha à de São José no seio da Sagrada Família.
Nossas orações na Missa e nos Ofícios intercedem sempre por nossos amigos e benfeitores.
ir. Celeireiro
Endereço e contas bancárias para correspondência e para quem quiser nos ajudar:
Soc. C. Mant. do Mosteiro da S. Cruz
Banco Itaú S.A.
Agência 0222 – conta 29186-6 ou 47957-8 (escola)
Nova Friburgo – RJ
Soc. C. Mant. do Mosteiro da S. Cruz
Banco do Brasil S.A.
Agência 0335-2 – conta 5055-5
Nova Friburgo – RJ
Sociedade Civil Mantedora do Mosteiro da Santa Cruz
Caixa Postal 96582
Nova Friburgo – RJ
28610-974
VENDA DE LIVROS: http://livraria.beneditinos.org.br