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Comentários Eleison nº 867


Por Dom Williamson

Número DCCCLXVII (867) – 24 de fevereiro de 2024


AVISO DE EMERGÊNCIA – II


Quanto maior for o horror da Terceira Guerra Mundial,

Maior será a glória de Deus – para os olhos que veem!


Nenhum leitor destes “Comentários” enviou questões teóricas comparáveis à série de perguntas práticas da semana passada sobre a atual crise sem precedentes da Igreja (ver CE 866 de 17 de fevereiro). Mas vale a pena inventar uma série assim, para oferecer respostas às questões teóricas, a fim de que alguns leitores consigam compreender melhor a confusão desencadeada pelo Vaticano II, que é tão escorregadia quanto perigosa.


1 Então, o que está no cerne dessa confusão? É o que chamam “modernismo”? O que é o modernismo?


Resposta: o modernismo é o grande erro dos tempos modernos, pelo qual até mesmo os clérigos mais cultos podem chegar a acreditar que a Igreja do passado não precisaria mais elevar a humanidade a alturas espirituais que ela mesma não seria mais capaz de alcançar. Pelo contrário, a humanidade seria tão diferente nos tempos modernos que, para alcançá-la no seu materialismo, a Igreja deveria atualizar a sua doutrina, a sua moral, a sua liturgia, tudo. Assim, se os homens não conseguem mais subir ao nível espiritual da Igreja, a Igreja deveria descer ao nível material dos homens – é o que dizem.


Mas não é função da Igreja chegar aos homens, onde quer que eles se encontrem?


Sim, mas não em quaisquer condições! Todos os bombeiros querem apagar incêndios, mas não é qualquer líquido que serve. Que bombeiro já usou gasolina em vez de água? Água e gasolina têm, cada uma, sua natureza imutável, que independe da vontade dos homens. A água apaga o fogo (surpresa!), enquanto a gasolina faz pegar fogo (bem, vai saber). Do mesmo modo, o canto gregoriano e a música rock têm naturezas imutáveis e opostas, com efeitos opostos e imutáveis. O canto gregoriano atrairá almas para a Igreja; já o rock atrairá para o salão de dança, mas não atrairá para a Igreja. Alguns modernistas têm boas intenções, mas são tolos se pensam que a música funciona hoje de forma diferente de como funcionava ontem. Para serem atraídas para Deus, as almas precisam de uma música que seja tranquila, não agitada.


Mas toda vida moderna é agitada, se comparada com a vida de ontem. Então, como alguma alma hoje alcançará a Deus?


Tu o dissestes! Depois de 6.000 anos de história mundial, seria possível pensar que os homens já teriam aprendido quais são as naturezas, os efeitos e as consequências das coisas; mas não. Nossos tempos se baseiam, por assim dizer, no princípio de que o homem pode desejar que as naturezas tenham os efeitos que ele desejar. Tudo se desnaturalizou e desestabilizou tanto, que a vida se transformou numa agitação contínua, e os jovens já não suportam nenhuma música demasiadamente calma. Mas isso não significa que as naturezas tenham mudado tanto, que o rock as trará de volta à Igreja. Não o fará. Não é da natureza dele fazê-lo. Foi concebido pelo diabo para criar cada vez mais agitação.


Mas se isso for verdade, como é que qualquer jovem moderno – ou alma moderna – chegará ao Céu?


Boa pergunta! Nos tempos modernos, muitos santos se fizeram essa pergunta, mas nunca perderam a esperança da resposta, porque sabiam que a graça de Deus está sempre disponível para quem a busca. “Onde há vontade, há um caminho”, eis uma maneira humana de dizer isso. “A quem faz o que está ao seu alcance, Deus não recusa a Sua graça”, é uma maneira mais divina que a Igreja tem de dizê-lo. Em todo caso, quando uma alma, sem nenhuma culpa grave de sua parte, se encontra numa situação em que as probabilidades contra a sua salvação são aparentemente esmagadoras, Deus pode sempre intervir, como no caso de Ló, em Gênesis 19.


Mas se Deus é todo-poderoso, por que não elimina todo o mal da Criação que Ele mesmo controla?


Porque o Seu propósito ao criar é dar a maior bem-aventurança possível às almas que O aceitem livremente. Ora, uma bem-aventurança que não é de forma nenhuma merecida pelo destinatário não pode ser tão afortunada quanto uma bem-aventurança merecida, pelo menos em parte,  pela própria alma, apesar de todo o mal pelo qual ela terá sido cercada em sua breve vida neste “vale de lágrimas”. Segue-se que quanto mais generoso Deus desejar ser com o Seu dom de bem-aventurança, mais mal Ele permitirá, mas só até o ponto em que haja o risco de o mal fazer submergir o bem livremente escolhido. Esse ponto chegou ao mundo inteiro na época de Noé. Está chegando novamente nos tempos de hoje. E Deus intervirá mais uma vez em breve. Se temos a fé católica, façamos a nossa parte rezando o Rosário de Sua Mãe pela salvação das almas.


Kyrie eleison.

*Os artigos publicados de autoria de terceiros não refletem necessariamente a opinião do Mosteiro da Santa Cruz e sua publicação atêm-se apenas a seu caráter informativo.

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