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  • Resposta ao Padre Jean-François Mouroux

    + PAX Por S. Exa. Revma. Dom Tomás de Aquino, OSB O Rev. Pe. Jean-François Mouroux, superior do priorado de São Paulo, numa carta dirigida a seus fiéis, procura prepará-los para as futuras sagrações na Fraternidade São Pio X ¹. Ele aproveita a ocasião para falar da Resistência. Escreve: “Temos exemplos do contrário (ou seja, exemplos de leviandade em matéria de sagrações): o movimento conhecido como ‘Resistência’, liderado por Dom Williamson desde 2012, já tem sete bispos, sem contar os secretamente consagrados que poderiam sair da cartola a qualquer momento” É bom lembrar que em 1988 havia seis bispos na Tradição: Dom Lefebvre, Dom Antônio de Castro Mayer, Dom Williamson, Dom Tissier de Mallerais, Dom de Galarreta e Dom Fellay. Dom Lefebvre havia pedido a Dom Antônio de Castro Mayer, em 1987, que indicasse alguns padres de Campos para serem sagrados em 1988. Mesmo se Dom Antônio não respondeu nada na época, um bispo (ou mais de um) levaria o número a, ao menos, sete. Onde está a leviandade? Onde está o excesso de bispos? O mundo é bastante grande e o número de fieis que querem a Tradição não é pequeno e está espalhado pelo mundo inteiro. A Igreja sempre teve muitos bispos. Não é o número, mas o princípio que justifica as sagrações. Este princípio, Dom Lefebvre já o expôs. Nós não fazemos senão segui-lo. Além disso, dois dos bispos da Resistência têm mais de 80 anos. Não vejo onde está a leviandade. A Resistência tem muito menos fieis do que a Fraternidade. Mesmo assim, as mesmas viagens que cansam os bispos da Fraternidade cansam também os da Resistência. Sete bispos não é demais. O que é mais importante na grave crise levou Dom Lefebvre a sagrar em 1988, e que levou Dom Tissier a sagrar Dom Licínio em 1991, é o que levou Dom Williamson a sagrar também. Esta crise é a apostasia da Roma de tendência neomodernista e neoprotestante. É isso o que nos fez manter-nos afastados desta Igreja Conciliar, como aconselhou Dom Lefebvre, dizendo que este era um dever estrito de todo sacerdote que quisesse permanecer católico. Não foi nem é a recusa de uma autoridade o que moveu e move a Resistência. Logo que um Papa fiel à Tradição se assentar no trono de São Pedro, o episcopado dos bispos da Resistência deverá ser posto nas mãos desse Papa para que dele disponha como desejar, conforme a autoridade que lhe foi conferida por Nosso Senhor. Que Nossa Senhora do Bom Conselho nos guie e nos faça chegar ao porto seguro da eternidade, tendo conduzido muitas almas à salvação eterna para a glória de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. ________________ 1 - Cf. Boletim do Priorado Notre-Dame du Pointet, janeiro, fevereiro, março de 2024, posto à disposição dos fiéis no domingo 24 dezembro: https://www.medias-presse.info/la-fsspx-annonce-des-sacres-prochains-sans-mandat-et-demande-a-ses-fideles-de-ne-pas-etre-troubles/183975/ U.I.O.G.D.

  • Comentários Eleison nº 857

    Por Dom Williamson Número DCCCLVII (857) – 16 de dezembro de 2023 A QUEDA DA EUROPA – I Aos nacionalistas franceses podemos ou não dar atenção, Mas aos católicos franceses, nós absolutamente devemos fazê-lo. O colapso da França e da Europa como um todo é uma realidade catastrófica. E não aconteceu da noite para o dia. O desmoronamento já vem se dando há muito tempo, como viram muito bem os nacionalistas franceses, que previram as graves consequências para a sociedade e a civilização, que agora são evidentes. Vários escritores notáveis, e revistas como a Rivarol, há muito que soam o alarme, na medida em que acontecimentos obscuros têm se sucedido, um após outro. Após o colapso do império colonial francês e a traição da Argélia francesa, a revolta estudantil de 1968 em Paris demonstrou que o povo francês em geral estava disposto a aceitar a derrocada de todo o bom senso, da Tradição, da moral sã, e de tudo o que constituía a grandeza da nossa civilização. Depois veio: legalização do aborto, um governo socialista em 1981, antirracismo, imigração planejada, remodelação da família, movimento LGBT, transexualismo, pedofilia, adrenocromo (um verdadeiro horror), venda de órgãos, “mudanças climáticas”, “chemtrails”, etc. E, no entanto, houve pouca reação do público. As pessoas podiam ficar um pouco abaladas por um breve momento, mas logo se acalmavam novamente. No entanto, estamos hoje falando de “um aumento nos padrões de vida”, como se tivesse havido uma melhoria real na qualidade de vida, quando, na realidade, isso vai pouco além de um avanço técnico, com máquinas melhores que permitem dispor de mais bens materiais. E o resultado foi a necessidade das famílias de terem duas pessoas recebendo salário em vez de uma, o que passou a afastar a mãe da casa, sobretudo se ela não gosta de ser mãe. Durante toda uma época, a França irradiou para todo o mundo, em geral para o bem, mas agora está ela própria a afundar-se numa decadência moral e econômica, numa tal crise social e intelectual que já não pode exercer tal influência. O pior de tudo é que rejeita, despreza e ignora tudo o que outrora realizou. No entanto, surpreendentemente, esse “Ocidente”, que já não é mais do que o fantoche de mestres satânicos que são uma oligarquia de globalistas materialistas e gnósticos, ainda se comporta como se tivesse uma vocação para liderar o mundo, um pouco como os judeus talmudistas que pretendem ser os sacerdotes da humanidade. E desde a covid, aquela mentira monstruosa concebida para testar até onde pode ir a manipulação do homem moderno, os povos da Europa de Carlos Magno tem-se escravizado rapidamente pelos banqueiros gângsters de Londres e Nova Iorque. O plano de despovoamento por detrás da covid remonta pelo menos à década de 1970, quando Jacques Attali, ainda hoje um importante assessor do governo francês, disse numa entrevista pública: “Comedores inúteis são bons para o matadouro”. Daí as perigosas e mortais “vacinações”. Quanto à França, é fatiada e vendida com fins lucrativos aos EUA e a interesses privados. Quanto à Europa, está destroçada pelo ataque dos EUA e da OTAN à Rússia, com a grande mídia vil e os seus comentaristas a vomitarem mentiras contra a Rússia, enquanto, o que é o pior de tudo, toda a classe política se mantém em silêncio. Através da sua guerra por procuração na Ucrânia, matando meio milhão de brancos, os EUA conseguiram pelo menos uma coisa: o poder econômico da Europa e a concorrência da Alemanha estão quebrados, e as empresas alemãs estão transferindo-se para a América. Mal suspeitam os americanos de como a história mostra que tais “conquistas” são sinais da iminente queda de um império. Além disso, o Ocidente ligou o seu destino ao do Estado de Israel, o qual ele venera, mas o resto do mundo rejeita tal arrogância e degeneração, e não aceita o que Israel está fazendo aos palestinos. A completa falta de reação de todas as mais altas instituições francesas diante de tal infâmia da França de Carlos Magno assinala o fim de um mundo. Elas ficam paradas e observam, silenciosas e dóceis, enquanto a França rola para dentro das latas de lixo da história. Alguns esperam que isso dure, outros continuam sonâmbulos, embriagados com sua própria propaganda. Os que estão no poder esforçam-se por silenciar toda a oposição, enquanto a Guerra Mundial paira sobre as suas cabeças. A nossa tarefa na política é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e que tenha algum efeito, mas consiste principalmente em preservar, para um futuro melhor, os melhores frutos do passado glorioso da França, tal como, quando, no século VI, o Império Romano estava a ser inundado pelos bárbaros, os monges nos monastérios estavam preservando as glórias da antiguidade. Essas glórias, preservadas, desempenharam um papel importante na construção que se seguiu, de 1.500 anos de civilização europeia e cristã. Kyrie eleison.

  • Comentários Eleison nº 856

    Por Dom Williamson Número DCCCLVI (856) – 9 de dezembro de 2023 ISRAEL – HAMAS II O assassinato de palestinos é algo totalmente errado, Mas ensina o quão poderosos são o ódio e o mal de Satanás. Dentre todos os homens de todas as idades, os judeus são uma raça excepcional, e continuarão sendo, porque do início ao fim da Criação nenhuma outra raça foi ou jamais será escolhida pelo único Deus verdadeiro para ser o berço humano do único e verdadeiro Messias ou Salvador de todos os seres humanos que querem ser salvos para a bem-aventurança eterna. “A salvação vem dos judeus”, diz Nosso Senhor mesmo à mulher samaritana (Jo IV, 22), e são sábias as almas que se lembram dessa verdade sempre que os israelenses de hoje se propõem a “cortar a grama”, uma expressão que eles mesmos usam em hebraico, e que corresponde na verdade ao massacre desumano que cometem contra os palestinos. Mas como poderiam eles ter descido tão tremendamente baixo depois de receberem o dom divino de proporcionar a vinda à luz do Filho, de serem a Sua plataforma de lançamento na Terra? Porque tudo sobre os judeus nos obriga a pensar em Deus, e não somente nos homens. Cf. Is. LV, 8,9: Pois os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos são os meus caminhos, diz o Senhor. Pois assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. De fato, lembrar aos seres humanos essa transcendência do único e verdadeiro Criador e Deus pode ser uma de Suas razões para permitir que os judeus cometam as maiores maldades de todos os tempos (I Tes. II, 14-16), e não somente as dos israelenses de hoje. Não poderia Deus estar pensando o seguinte? “Meus filhos, quão longe vocês estão da verdade sobre o que eu lhes dou quando lhes dou a vida! A cada um de vocês dou a vida e o livre arbítrio apenas para que possa escolher merecer ir para o Céu. Em vez disso, vocês escolhem não crer na Minha oferta e permitir que os míseros prazeres da sua vida na terra ocupem todo o seu horizonte, ocupem toda a sua atenção, como se nada mais fosse razoável. E então o que parece razoável para vocês toma a melhor e a maior parte do seu tempo, do seu amor e da sua atenção, e então vocês Me excluem, e excluem qualquer outra coisa como o amor, a poesia, a música, a nobreza ou o que quer mais que possa sugerir que existe um mundo além, um universo acima do pequenino túnel de coisas “razoáveis” e “científicas” no qual vocês encerraram suas vidas insignificantes, totalmente incapazes de merecer Minha bem-aventurança. Vocês têm a mínima ideia de Quem os criou? De quem Eu sou? Para que grandeza vocês foram chamados? Bem, deem uma olhada nesses terríveis judeus que “cortam a grama”. Ao longo de 2000 anos Eu lhes dei grandes dons para torná-los capazes de prover seu Salvador com Sua Mãe, Sua família, Seu vilarejo, Seu país e Sua raça entre os seres humanos, uma missão na qual, apesar de todas as suas falhas, eles cumpriram. Infelizmente, devido a um longo acúmulo de puro orgulho humano em seus próprios dons, eles falharam tanto em compreender o caráter espiritual e não material do Messias que lhes foi dado, que falharam excepcionalmente em permanecer fiéis à sua missão, e crucificaram seu Salvador, uma traição que dilacera e despedaça todos eles por dentro desde então, a menos e até que possam admitir que erraram, e reconheçam Jesus Cristo como seu Rei (embora no caminho disso esteja seu enorme orgulho racial). Eu os converterei, Meu próprio povo, no fim do mundo, para que nem todos ali se percam. Mas enquanto isso eles continuam a servi-Lo, contra a vontade deles, porque Deus escreve certo por linhas tortas. Ora, eles odeiam-n’O e querem lutar contra Ele? Então, sempre que os membros da Igreja d’Ele são infiéis a Ele, esquecem-No e desprezam-No, Ele usa os talentos dos judeus para criar um tal inferno na terra, que os não judeus terminam sendo trazidos de volta para Ele, como os russos ex-soviéticos (sem que nenhum judeu ou não judeu esteja agindo por qualquer outra coisa que não seja o seu próprio livre-arbítrio). E, novamente, não poderia somente ser pela própria cegueira, pelo fanatismo e pela irracionalidade do seu “cortar a grama” na Palestina que eles estão a demonstrar a gravidade e o mistério da vida humana aos não judeus, de quem sempre desprezaram a superficialidade e a frivolidade? No entanto, cabe aos católicos mostrar, em ações, como fazem os judeus, e não apenas em palavras, que não precisamos “cortar a grama” para provar que sabemos que há muito mais na vida do que apenas ser “científico” e “racional”. Kyrie eleison.

  • Sobre a declaração Fiducia Supplicans, por Dom Tomás de Aquino

    + PAX Sobre a declaração Fiducia Supplicans Em união com Dom Lefebvre e sua declaração de 21 de novembro de 1974, também nós aderimos de todo coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias à manutenção desta fé, ou seja, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade. Pelo contrário, declarava Dom Lefebvre, negamo-nos, e sempre nos temos negado, a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante, que se manifestou no Concílio Vaticano II e, depois do Concílio, em todas as reformas que dele surgiram. Isso já indica nossa posição diante de mais um fruto desta Roma de tendência neomodernista e neoprotestante. Que bênção é essa? Como induzir os que estão no pecado a pensar que Deus possa abençoar o seu abominável pecado? Uma penitência, uma absolvição seguida de conversão verdadeira, tudo o que possa conduzir a isso é salutar. Mas é o que se constata nessa bênção ambígua e hipócrita? Não. O que se constata é a constante agravação do mal e a perda das almas. Enquanto não voltar à cátedra de Pedro um Papa inteiramente fiel à Tradição, não podemos receber o que vem da Roma atual como se viesse da Roma eterna. Devemos escutar e pôr em prática o conselho deixado por Dom Lefebvre: “É um dever estrito, para todo padre que queira permanecer católico, separar-se desta Igreja Conciliar, enquanto ela não reencontrar o caminho da Tradição do Magistério e da Fé Católica”. Sim, devemos nos separar espiritualmente do Papa Francisco, embora o reconheçamos como Papa. Um Papa que não age como o Bom Pastor. Tudo o que a Igreja Conciliar faz está viciado pelos falsos princípios da Nova Teologia condenada por Pio XII mas adotada pelo Vaticano II. Isto se constata em todos os Papas conciliares, de João XXIII a Francisco. Negamo-nos a beber desta fonte envenenada que nos oferece a Igreja Conciliar, que tantos males causou e certamente causará ainda à Igreja até a vinda de um Papa verdadeiramente católico. Que Nossa Senhora, que venceu todas as heresias, obtenha à Igreja de ver em breve este Papa. + Tomás de Aquino, OSB

  • A Cidade Católica, por Dom Tomás de Aquino

    + PAX Abaixo disponibilizamos um áudio de autoria de D. Tomás de Aquino em que se resume brevemente a edificação ocidental da cidade católica, sua derrocada e uma reflexão sobre o mundo político e o posicionamento católico nos dias que correm. U.I.O.G.D.

  • Comentários Eleison nº 855

    Por Dom Williamson Número DCCCLV (855) – 2 de dezembro de 2023 LIBERALISMO EM AÇÃO Os homens conseguem suprimir a realidade por um tempo, E, na face de Deus, há somente um sorriso triste e gentil. Um leitor enviou algumas perguntas incisivas sobre a história recente da Igreja, da Fraternidade Sacerdotal São Pio X e do chamado movimento da “Resistência”. Um dia, quando a Santa Madre Igreja voltar a si – como ela já está discretamente fazendo –, as sombras e as trevas se dissiparão, e a história se abrirá amplamente para a verdade e a caridade. Enquanto isso, aqui está um esboço de algumas respostas. 1 Como você pode ser contra uma estrutura para a “Resistência”? Pode algo católico prosperar sem isso? A força da “Resistência” é, em primeiro lugar, a Verdade, e, em segundo lugar, a fragmentação em vários pequenos grupos que resistem à revolução do Vaticano II. Essa revolução dominou rapidamente grande parte da Igreja Católica porque os católicos eram demasiadamente obedientes às autoridades superiores infiéis. Da mesma forma, grande parte da FSSPX rapidamente perdeu as forças em 2012 porque os seus sacerdotes respeitavam demasiadamente a autoridade dos oficiais superiores que queriam reconciliar-se com a Roma apóstata. Essas autoridades não serviam mais à verdadeira Igreja nem à verdadeira Fé, ao contrário do Arcebispo Lefebvre, mas a si mesmas. No caso da Resistência, diferentemente, capturar um pequeno grupo de resistentes não significa necessariamente capturar um segundo grupo. Assim, a Fé sobreviverá até que Deus, em seu tempo, decida restaurar toda a estrutura católica. 2 Será que os líderes da FSSPX que foram enganados pelos oficiais romanos apóstatas em meados da década de 1990 foram motivados por ambições pessoais? É possível que isso tenha acontecido, mas pode-se pensar que o problema deles é antes a falta de fé nos meios de Deus para resolver a crise da Igreja, e o seu excesso de confiança na política meramente humana do Vaticano para resolvê-la. Não compreendendo, diferentemente do Arcebispo, a dimensão divina e pré-apocalíptica da crise mundial, concebem-na em termos relativamente limitados e mundanos, errando completamente o alvo. O Arcebispo Lefebvre, ao contrário deles, estava sempre ponderando sobre um colapso da Igreja em larga escala. O Arcebispo Viganò, ao contrário deles, também reflete constantemente sobre a queda universal da Igreja e do mundo provocada pelo Vaticano II. 3 Há evidências claras dessa insuficiência dos líderes da FSSPX no Capítulo Geral de 1994? Evidências, sim, mas evidências claras, ainda não. Os participantes daquele Capítulo Geral davam a impressão de serem crianças boazinhas brincando, em vez de guerreiros adultos travando uma batalha gigantesca pela glória de Deus e pela salvação das almas num ambiente altamente perigoso. É necessário ser santo para perceber o mal, disse Gustavo Corção. Os caros e piedosos jovens sacerdotes daquele Capítulo não estavam à altura da gravidade do momento. 4 Quando, para você, os dois campos de conciliadores e de resistentes da FSSPX se dividiram? Certamente na década de 1980 os elementos da divisão já existiam. Conheço um sacerdote que, em 1982, depois de professar durante cinco anos em Écône, foi enviado para o outro lado do Atlântico durante mais de um quarto de século, muito provavelmente para que fosse tirado do caminho. Os jovens seminaristas precisavam estar preparados para obedecer aos liberais que planejavam assumir o controle da FSSPX do envelhecido Arcebispo. Ele tinha sido maravilhoso em seu tempo, mas, para alguns líderes liberais, estava ficando cada vez mais antiquado devido à sua condenação implacável dos modernistas de Roma, a verdadeira Autoridade da Igreja, que evoluíam constantemente para melhor. Esses líderes liberais da FSSPX não se consideram liberais, pelo contrário. Eles se vêem a si mesmos infiltrando-se na Roma modernista para convertê-la à Tradição Católica. Isso seria possível? Eles não têm ideia de quão profunda e séria é a cruzada dos liberais romanos para destruir a Igreja Católica. 5 O confronto entre conciliadores e resistentes sempre existiu dentro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X? Sem dúvida. O Arcebispo Lefebvre costumava dizer-nos que, lendo a história do Pe. Barbier sobre o choque entre o liberalismo e o catolicismo nos séculos XIX e XX, percebeu que a única diferença entre o mesmo confronto antes e depois do Vaticano II era que antes os católicos estavam no comando, que depois passou para os liberais. Enquanto o Arcebispo esteve vivo, o seu magnetismo pessoal manteve a FSSPX católica; mas assim que morreu, em 1991, o magnetismo constante de Roma dirigido aos católicos começou a reafirmar a sua influência. Tenhamos paciência. Deus não será derrotado pelo Diabo, nem pelos anjos caídos, nem pelos clérigos caídos. Kyrie eleison.

  • Comentários Eleison nº 854

    Por Dom Williamson Número DCCCLIV (854) – 25 de novembro de 2023 ISRAEL – HAMAS Os judeus são um dos problemas, mas não o pior deles. O mais grave de todos é zombar de Deus. Os leitores deverão apreciar algo que se disse sobre o confronto insano entre Israel e Hamas iniciado em 7 de outubro. Nosso Senhor Jesus Cristo está no centro disso. Seguem abaixo duas citações. A primeira vem das Escrituras, a Palavra de Deus (e não apenas de São Paulo), de I Tessalonicenses II, 14-16: “Pois vós, cristãos tessalonicenses, vos tornastes imitadores das igrejas de Deus em Jesus Cristo que estão na Judeia; pois vós sofreis da parte de vossos próprios compatriotas as mesmas coisas que eles sofreram dos judeus, que mataram o Senhor Jesus e os profetas, e nos expulsaram, e desagradam a Deus, e são inimigos de todos os homens. Eles nos proíbem de pregar aos gentios para que se salvem – e assim vão enchendo sempre mais a medida dos seus pecados. Mas a ira de Deus acabou caindo sobre eles”. Façamos dois comentários sobre esta primeira citação. O primeiro é: se alguém sentir-se tentado a pensar que São Paulo era um “antissemita”, que leia em Romanos IX, de 1 a 5, como São Paulo amava e respeitava os seus compatriotas judeus, o que não o impediu de dizer as verdades sobre eles. Os judeus podem muito bem rejeitá-lo como um “odiador dos judeus”, mas isso é obviamente falso, como certifica a citação de Romanos. Quanto ao segundo comentário, dois mil anos de história mostram como os judeus têm efetivamente perseguido continuamente a Igreja Católica desde a crucificação. Veja, por exemplo, 2000 anos de Complô contra a Igreja, de Maurice Pinay, escrito por um grupo de sacerdotes católicos para alertar todos os Bispos do Vaticano II contra o perigo da influência judaica no Concílio. Infelizmente, o aviso não foi suficientemente ouvido. A Igreja sucumbiu em grande parte a essa influência. Mas muito mais impressionante como prova de que os judeus não mudaram ao longo de 2000 anos em comparação com a forma como São Paulo os descreveu, é como eles na Palestina regularmente “cortam a grama” – que é a sua própria expressão em hebraico para a cruel opressão viciosa aos palestinos que hoje estamos observando mais uma vez. Tome-se como exemplo este discurso do jornalista israelense Gideon Levy na conferência sobre “The Israel Lobby: Is it good for the US? Is it good for Israel? [O lobby de Israel: é bom para os EUA? É bom para Israel?]”, National Press Club, Washington, D.C., 10 de abril de 2015. Em resumo: Israel está vivendo em negação. Esta negação é corruptora para a sociedade israelense. Israel cercou-se de escudos e muros – não apenas muros físicos, mas também mentais. Existe algum exemplo histórico em que um país viveu para sempre sobre sua espada? Israel está viciada em ocupação. Não há possibilidade de mudança dentro da sociedade israelense. É muita lavagem cerebral. Israel é uma causa perdida. Como os israelenses convivem com essa realidade? Como vivem em paz com a ocupação brutal de Gaza e da Cisjordânia? Existem 3 razões: 1. A maioria dos israelenses, senão todos eles, acreditam que são o “povo eleito”. E sendo eleitos, terão o direito de fazer o que quiserem. 2. Nunca houve na história uma ocupação em que o ocupante se apresentasse como vítima. E não somente a vítima, mas a única vítima. Israel adota uma estratégia dupla: vitimização de um lado, e manipulação do outro. Com a vitimização também vem o “holocausto”. Golda Meir, Primeira-Ministra de Israel de 1969 a 1974, afirmou que depois do “holocausto”, “os judeus têm o direito de fazer o que quiserem”. 3. A desumanização sistemática do povo palestino. Se os palestinos não são humanos, então não se pode falar em direitos humanos. Quase nenhum israelense tratará os palestinos como seres humanos. Israel é uma democracia para os seus cidadãos judeus (desde que pensem como a maioria), mas é um regime de apartheid em Gaza e na Cisjordânia. Este conjunto de crenças compartilhadas permite que os israelenses vivam em paz com os seus crimes constantes. Por que os israelenses mudariam? Qual é o incentivo? Em outras palavras, este judeu inteligente e relativamente honesto diz que não há solução. Você só pode deixá-los fazer o que quiserem... Mas isso não pode ser verdade. A verdadeira solução é a Fé católica. Quando as almas tinham a Fé, na Idade Média, os judeus eram mais uma ameaça do que um problema. Mas quando as almas preferem Mamon (dinheiro) a Deus, então Deus usa os judeus para açoitar as suas costas, a fim de que nem todas caiam no Inferno. Kyrie eleison.

  • Comentários Eleison nº 853

    Por Dom Williamson Número DCCCLIII (853) – 18 de novembro de 2023 PRESENTES DE NATAL As “Cartas” e os “Comentários” apresentam uma única Verdade Católica, Em toda a sua vida e equilíbrio, esperança e juventude. Nos últimos anos, muitas almas têm feito estoque de comida e água para prevenir a escassez deliberadamente planejada com o fim de submeter-nos à fome. É uma preocupação razoável, e qualquer pessoa que ainda não tenha agido nesse sentido faria bem em fazê-lo. No entanto, como a alma é tão mais importante em relação ao corpo, que tal fazer provisões para a mente e para a alma? Vamos refletir sobre isso por um momento. Infelizmente, a Terceira Guerra Mundial parece estar cada vez mais próxima, até mesmo uma guerra nuclear. Não é um pensamento agradável, mas não adianta esconder a cabeça na areia. A eletricidade nas nossas casas poderia ser facilmente cortada, e os satélites que transmitem a Internet poderiam facilmente ser derrubados do céu. Hoje é difícil dizer exatamente que forma o caos assumirá, mas num determinado momento poderá restar pouco ou nada dos muitos luxos em uma longa e constante ascensão que temos desfrutado desde a Segunda Guerra Mundial. Deus deu a paz ao mundo em 1945, e os homens a respeitaram durante mais ou menos cinco anos; mas depois se afastaram de Deus e zombaram d’Ele ainda mais, o que nos levou diretamente à beira do Armagedom na qual vivemos hoje. Mas Deus não se deixa enganar pelos homens. Há uma conta altíssima para pagar pelos nossos pecados. E será paga. Então, o que se pode fazer para preparar-se para alguns dias de trevas em casa num futuro próximo? A oração em família constante é certamente a coisa mais importante, com o pai da família liderando-a, mas depois da oração pode vir a leitura. Os livros não dependem de eletricidade nem de satélites, estão sempre ali, são sempre os mesmos. São muito melhores para a mente do que os meios eletrônicos, porque a mente é forçada a fazer muito mais trabalho por si só. Ao contrário do telespectador em relação aos programas, o leitor não se torna passivo. Com um livro, ele se engaja. Portanto, há aqui algumas vantagens se se pensa no caos previsto. Mas o que ler? Há um livreiro da Resistência Católica, com sede na Flórida, que tem à venda uma valiosa lista de livros que deverão ajudar a fortalecer a fé de muitas almas nos dias mais sombrios. Nenhum de nós pode dizer por quanto tempo mais as encomendas postais continuarão a funcionar através do Oceano Atlântico, mas enquanto houver o que parece ser uma oportunidade real de leitura, é possível encomendar para si mesmo, dar a alguém da família no Natal, qualquer um dos volumes listados abaixo. O nome do livreiro é Hugh Akins. Seu endereço de e-mail é: hughakins@comcast.net. O site é: www.ca-rc.com, e o endereço postal: CARC P.O. Box 678047, Orlando FL. 32867, EUA. Os custos que se seguem aplicam-se ao correio comum em todo os EUA. Para saber o custo de pedidos para o exterior, pode-se enviar por e-mail a lista de livros e a quantidade desejada juntos com o endereço completo para entrega. Enviar-se-á prontamente uma resposta. Aceita-se cheques, ordens de pagamento ou Paypal. Todos os pedidos são enviados em até 24 horas. Eis os títulos: A Voz da Trombeta – A biografia escrita pelo Dr. David Allen White, em 2019, de Dom Williamson, o último dos quatro Bispos originais da Fraternidade Sacerdotal São Pio X que continua firme na batalha pela Fé mantendo o espírito firme do fundador da Fraternidade, o Arcebispo Lefebvre. US$ 26,95. As Cartas do Reitor – Quatro volumes de cartas mensais escritas entre 1983 e 2003 por Dom Williamson quando era Reitor dos Seminários de Ridgefield e de Winona. Hugh Akins define as Cartas como “uma mina de ouro de informações atemporais, inspiração, comentários esclarecedores e exortações inestimáveis para seminaristas, clérigos e leigos”. US$ 99 pela coleção completa, com volumes disponíveis também separadamente no site. Comentários Eleison – Três volumes de cartas semanais escritas por Dom Williamson entre 2005 e 2019. O mesmo Hugh Akins as define assim: “um tesouro inestimável para todos aqueles que querem ajudar a restaurar as tradições católicas na Igreja e a sanidade católica tanto na Igreja como no mundo”. $ 89,95 pela coleção, mas também com volumes disponíveis separadamente. Conclusão: o mundo de hoje está tão longe de Deus, que nunca fez tão pouco sentido. A tentação mais grave é a de distorcer a religião católica para adaptá-la ao mundo moderno. Isso significa abandonar a Deus e toda esperança de salvação. As “Cartas” e os “Comentários” apresentam uma verdadeira síntese para que se mantenha a verdadeira fé. Kyrie eleison.

  • XXVIII – Como devemos crer - Firmeza e Simplicidade

    Como devemos crer A Firmeza e a Simplicidade Um discurso de Demóstenes – O célebre orador grego Demóstenes († 322 a.C.) falava certa vez à multidão sobre o amor da pátria. Apesar dele, acalorado, sacar toda a sua eloquência para persuadir e comover o auditório, percebeu que este não prestava nenhuma atenção: um bocejava, outro cochichava e outro ainda cochilava. Então interrompeu seu grave assunto, e começou a contar não sei que fábula do asno e de sua sombra. Acreditá-lo-eis? No auditório se fez imediatamente um grande silêncio, e ficaram todos a escutar o orador, como se ele falasse de coisas de que dependesse a sua felicidade. Ora, é o que acontece entre muitos cristãos. Há uma coisa que deve interessar a todos, bem mais que o amor da pátria, de que falava Demóstenes: e é o amor da eterna salvação. E, no entanto, a estes se dá menos atenção do que a certas frivolidades. O que leva à salvação eterna é a Fé. Mas se possui essa Fé? Muitos a têm, mas não qual deve ser. Por isso sua Fé não é a Fé que salva. Têm-na sim, porém, demasiado atento às coisas mundanas, quase não sabem que a têm; semelhantes às montanhas que, inconscientes, contêm em suas entranhas preciosíssimos metais. Para que a nossa Fé nos possa levar à eterna felicidade, isto é, a Fé que salva, deve ter quatro qualidades, que são: 1 - A Firmeza 2 - A Simplicidade 3 - A Universalidade 4 - A Operosidade I – Como devemos crer 1 – Firmeza A Fé deve ser firme e inabalável. Devemos crer nas verdades reveladas mais do que nas verdades que conhecemos com a nossa razão, sabendo que a razão nos pode enganar, mas Deus não. Portanto, nem dúvidas, nem hesitações. Aprendamos dos Mártires que, à custa da vida, não se deixavam remover um só ponto da sua Fé. E o tempo dos Mártires não acabou: todo o mundo oriental dá testemunho disso. Um pequeno mártir da Fé – Entre milhares de cristãos mandados ao martírio na Armênia, há como exemplar um menino de 12 anos. Aprisionado pelos turcos e tentado com lisonjas a apostatar da Fé em Jesus Cristo, responde resolutamente: “Não!”. Ameaçam-lhe, então, a lhe cortar uma das mãos, e ele: “Ei-la: fazei vosso mister”. Os bárbaros cortam-lhe. Depois, julgando que o menino cederia, medicam-no imediatamente e lhe dizem: “Se não queres perder a outra também, faze-te muçulmano”. “Eis a outra”, responde o cristão intrépido. Cortada também esta, fica o rapazinho mais forte do que dantes. E aqueles endemoninhados: “Cede, ou perderás a cabeça!”. “Que se vá até a cabeça, contanto que eu continue cristão!”. Os maometanos com um golpe decepam a cabeça do garoto e a alma do mártir voa como pomba ao trono de Deus. O fato é histórico e é narrado por um religioso armênio. Que exemplo de firmeza e de apego à Fé nesse querido menino! Agora pergunto: existe tal firmeza em todos os cristãos? Quantos seriam capazes de sofrer por sua Fé, não digo o martírio e a morte, mas apenas incômodos, ignomínias e perseguições? Entretanto, isso é de se deplorar: que muitos se deixam desviar por falsos doutores; muitos são oscilantes em suas crenças religiosas; e existem até os que, cedendo às lisonjas de celerados, divorciam da Fé! Com que lucro afinal...?! 2 – Simplicidade Devemos crer sem discussões. É o caso de discutir, quando Deus falou? Devemos ser como os filhinhos que creem em sua mãe. Jesus Cristo falou: “Se não ficardes como crianças, não entrareis no reino dos Céus: Nisi efficiamini sicut parvuli, non intrabitis in regnum Coelorum” (Mt 18, 3). “A Fé, diz S. Agostinho, não está nos orgulhosos, mas junto aos humildes”. E acrescenta: “Considera que te chamas fiel, não racional”. Quem tem estima por sua Fé, não se fia na razão que discursa, mas em Deus que revela; e quem pretende ver demasiado longe, acaba não vendo mais nada. Daí a advertência também de Alighieri: “Homem, vos baste o guia: se a superno Saber alevantar-vos fosse dado, Da Virgem ao seio não baixara o Eterno.” (Purg. III, 37-39) Tenhamos, pois, nossa inteligência sempre submissa à obediência de Cristo, como ordena São Paulo: In captivitatem redigentes omnem intellectum in obsequium Christi (2 Cor 10, 5). a) Ob. “Mas... certos mistérios...” dizem alguns – R. Que é o Mistério? É uma verdade superior, mas não contrária à razão. Nós não compreendemos os Mistérios da Fé, porque ultrapassam a nossa fraca inteligência. E com isto? Devíamos neles crer igualmente, apoiados na veracidade de Deus que os revelou. E não há, porventura, mistérios até na ordem natural? Todavia, sem os compreender, acreditamos neles. Nós estamos rodeados de mistérios: nós próprios somos um mistério. Quem compreende o princípio da vida? A essência íntima das coisas? O alimento que se transforma em carne, ossos, sangue? A pequenina semente que germina e vira árvore? A essência da luz? O átomo? O fogo? A eletricidade? Quantos mistérios há, que não compreendemos, e, no entanto, neles cremos? E não lhes daremos crédito também na ordem sobrenatural? Fábula ou mistério – Um missionário narrava a um príncipe pagão as condições e os fenômenos naturais da Europa. O príncipe ouvia com atenção; mas quando o missionário lhe assegurou que no inverno a água vira gelo e tão duro que até elefantes podem andar sobre os rios, o príncipe interrompeu: “Chega! Chega! Até aqui eu te escutei, mas agora tu estás mentindo pela gorja!”. Para esse príncipe, que nunca tinha visto gelo, era este um mistério incrível. A ele se assemelham outros que dizem: b) “Só creio no que vejo.” – R. Se isso fosse verdade, estes tornar-se-iam ridículos. Já viram todas as partes do mundo? A África, a América, a Oceania? Não. E, no entanto, creem nos historiadores que lhos narram. Viram os milhões de micróbios que vivem num pingo d’água? Não. Todavia creem nos cientistas que o dizem. Mas merecem afinal os homens mais fé que Deus? “Já viu a sua inteligência?” – Em 1895 um rapazinho bem inteligente viajava num trem de Namur a Bruxelas, mergulhado na leitura de um livro. Um senhor a ele: “Que lês com tanta atenção?”. “Uma história interessantíssima: de um mouro que abraçou a Fé católica e recebeu o Batismo e a Comunhão”. “Mas crês tu na Comunhão e em semelhantes mistérios?”. “Sim, creio em tudo o que Deus revelou e me ensina a Igreja”. “Mas que Deus? Que Igreja? Eu, que tenho estudado a natureza, jamais encontrarei vestígio de um Deus...”. “Então o senhor não quis encontrá-Lo: porque toda flor, toda folhinha de erva, manifestam a sabedoria e a onipotência de Deus. Fez-se por si esta terra...?”. “Ah! Queres agora tu ensinar-me a mim (interrompe o senhor), tu que és um menino! Tu crês até no absurdo! Eu só creio no que vejo.”. “Perdão, mas já viu o senhor a sua inteligência?”. “É impossível!”. “Pois bem, então deve o senhor dizer que não a tem.”. O cientista se cala, enquanto os outros se riam dessa curiosa discussão. Aqui se afirmou exatamente a palavra de Jesus Cristo: “Ó Senhor, mantivestes ocultas essas coisas aos sábios... e as revelastes aos pequeninos: Abscondisti haec a sapientibus et prudentibus, et revelasti ea parvulis” (Mt 11, 25). (Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino, Do original La Parole di Dio per la Via d’Esempli)

  • Há ou não há demolição?

    Por Gustavo Corção, publicado n'O Globo em 17-02-1973 A TRANSCRIÇÃO de um semanário paulista, publicada no JB, veio chamar-me a atenção para uma faceta da controvérsia católica, esquecida pelas pessoas, de bom-senso, e posta em relevo, quase digo em indecente relevo, pelo referido semanário paulista. À primeira vista pode parecer que o jornalista que escreve no O Estado de São Paulo, O GLOBO, Correio do Povo, na Gazeta do Povo, em Curitiba, e na A Tarde, de Salvador, não deveria perder seu tempo com as publicações inexpressivas que só servem para proporcionar aos próprios redatores o deleite semanal de ver suas frases em letra de forma. MAS o exercício do magistério há mais de sessenta anos, habituou-me a ver na tolice um dos fenômenos mais sérios do mundo, porque é sempre ela — e o seu somatório planetário — que opõe resistência à sabedoria e à ascensão espiritual do homem. Remeto o leitor à Suma Teológica II.ª II.ae Qu. 46. VEJAMOS a faceta revelada pela semanal tolice escondida no O Estado de S. Paulo. Como o leitor pôde ver nos últimos dias, houve certa celeuma levantada em torno de um artigo meu onde, a propósito das "comunidades de base" e do desmantelamento geral que se observa no orbe católico, disse eu que a crise era provocada e alimentada pelos próprios membros da hierarquia. Eu não disse que essa era a causa única e principal. Sei que os inimigos da Igreja são o Demônio, as correntes históricas do mundo organizadas como anti-Igreja, que o Concílio de Trento chama "mundo", e a divisão do eu ou amor-próprio, que na linguagem paulina adotada no tridentino chama-se "carne". Quando os que destroem (ou querem destruir) a Igreja são católicos, leigos, padres ou bispos, antes de começarem tal tarefa (que jamais poderia germinar insino Ecclesiae), é sempre pelo eu exterior do amor-próprio que são tentados pelo Demônio e pelo "mundo". HOJE a Igreja está cheia de apóstatas que já aderiram ao "mundo" mas não têm a última lealdade de afastarem-se da Igreja. Ficam aglomerados em torno d'Ela, nos cargos, ou a fruir lucros dos escândalos que o mundo saboreia. AS quatro ou cinco linhas que causaram manifestações de equivocada autoridade, podem ser tranquilamente reafirmadas e desenvolvidas. Numa sociedade perfeita, fortemente hierárquica, a causa interna de sua ruína tem, evidentemente, mais força nos superiores, nos dirigentes, do que nos leigos, nas mulheres do Apostolado da Oração, ou nas criancinhas. A responsabilidade dos "superiores" no descalabro que se observa, podia ser prevista antes da observação do fato. JÁ falei da parte que têm os senhores bispos e cardeais, mais facilmente observável quando se reúnem nas famosas conferências cuja patológica adiposidade (em relação ao que o Concílio quis) está a pedir um especialista e um regime. HOJE, para ser justo, completarei o quadro de responsabilidade dos dirigentes com os senhores provinciais, gerais, superiores e superioras. São esses superiores das ordens religiosas os mais terrivelmente responsáveis pela vertiginosa decadência das casas em que tantos moços entraram em busca da perfeição e da união com o Amado. Não sei avaliar qual dos dois superioratos aflige mais a Esposa de Cristo, mas certa inclinação me leva a pensar que a parte dos "religiosos" é ainda mais grave do que a da hierarquia, porque atinge mais profundamente a santidade da Igreja. É assustador, é apavorante o estado a que chegaram tantas casas religiosas. E quando acaso alguma congregação permanece nos moldes verdadeiros e santos, tem-se visto muitas vezes a boa Superiora receber pressões do Bispo ou da Superiora-Geral em Roma. E, então, em poucos meses se acelera o processo de expulsão da boa Superiora e sua substituição por uma progressista mais ou menos idiota que parece receber ordens dos centros de comando da revolução mundial. Em São Paulo, recentemente, ocorreu esse fenômeno. No Rio, há anos, observamos o desmonte de várias congregações. TEMOS então diante dos olhos o evidente e indiscutível espetáculo de desmoralização, desordem e dispersão. Podemos discutir as causas internas e externas, suas proporções e suas origens. O que não se entende é que alguém fique zangado quando um observador católico cansado de estudar o fenômeno diz que as causas de tão dilatados e desastrosos efeitos só se explicam pela má atuação dos superiores. AGORA vejamos a faceta que nos oferece o semanário paulistano. É MUITO simples: em vez de negar as causas, como a Nota da Cúria Metropolitana da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Semanário mais audaciosamente nega o fenômeno. Ou nega suas dimensões admitindo que aqui ou acolá exista um prevaricador e paralelamente nos fala em notáveis sinais de esperança nestes tempos pós-conciliares, sem todavia dar um só exemplo. ESTAMOS agora diante de um fenômeno que merece estudo: Como se explica a tranquila segurança com que tanta gente nega a tempestade, ou se comporta como se ela não existisse? Alguns desses casos se explicam pela apatia ou pelo comodismo; outros pela covardia; outros porque estão efetivamente mais à vontade nos escombros da Igreja de que estavam na sua ordem. Conheci um cônego severo, hirto, feio, que se transformou numa borboleta e tornou-se irreconhecível. Dizem que trocou a coroa de espinhos pela coroa de rosas. Em outros casos a negação do descalabro é expressa em termos de afirmação de progresso. Escrevem-se livros para caricaturar a Igreja dos santos e engrandecer a Igreja dos revolucionários e dos idiotas! EM OUTROS casos a razão do otimismo é elementar. Tomemos por exemplo o caso de Dom Evaristo Arns: como poderia ele achar desgovernada e semidemolida a Igreja que o fez Cardeal? Nunca jamais foi tão glorioso o Papado e tão majestosa a Igreja!

  • XXVII – Fé e Incredulidade - Necessidade da Fé

    Fé e Incredulidade Necessidade da Fé III – Necessidade da Fé 1 – As Sagradas Escrituras Da necessidade da Fé nos advertem antes de tudo as Sagradas Escrituras, em que verificamos que ela é indispensável para obter a salvação eterna. No Evangelho está dito claramente: “Quem crer e for batizado, salvar-se-á; quem, afinal, não crer, será condenado: Qui crediderit et baptizatus fuerit, salvus erit; qui vero non crediderit, condemnabitur” (Mc 16, 16). E São Paulo: “Sem a Fé é impossível agradar a Deus: Sine fide impossibile est placere Deo” (Hebr 11,6). “A fé é a nascente da justificação: Justitia Dei per fidem Jesu Christi” (Rom 3, 22). 2 – A autoridade dos Concílios e dos Santos Padres “A Fé (diz o Concílio de Trento) é o princípio da salvação humana, o fundamento e a raiz da justificação”. E o Concílio do Vaticano: “Como sem a Fé é impossível agradar a Deus e chegar à sociedade dos seus filhos, por isso a ninguém jamais cabe a justificação”. “Não se chega à luz da glória a não ser caminhando pelas sendas obscuras da Fé, sem a qual nenhuma virtude é meritória para o Céu” (S. Agostinho). Por conseguinte, quem não tem fé já traz escrita a sentença de sua condenação: Qui non credit, jam judicatus est (Jo 3,18). 3 – A própria razão Nós somos filhos de Deus: ora, é dever do filho conhecer o pai, seus mandados, seus desejos. Além disso: para merecermos o Céu devemos fazer boas obras, pois toda árvore que não der bom fruto será cortada e atirada ao fogo: Omnis arbor, quae non facit fructum bonum, excidetur, et in ignem mittetur (Mt 3, 10). Ora, sendo a Fé a única fonte das boas obras e da virtude, e a base da vida cristã, daí se segue que, faltando a Fé, faltará também a virtude e a justiça; nem será possível produzir a mais mínima obra digna do Céu, porque o justo vive de Fé: Justus ex fide vivit (Hebr 10, 38; Gál 3, 11). 4 – A obrigação Daí a obrigação grave para todos, de conhecer as verdades da Fé. a) Por necessidade de meio: para conseguir a salvação eterna, deve-se saber explicitamente: Que Deus existe, e que Ele, justiça eterna, dá a todos o prêmio e o castigo que cada qual mereceu nesta vida. Diz S. Paulo: “Quem se aproxima de Deus, é necessário crer que Ele existe, e é remunerador daqueles que O buscam” (Hebr 11, 6). Como também se devem saber os Mistérios principais: Unidade e Trindade de Deus; Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de N.S. Jesus Cristo. Quem ignora, mesmo sem culpa sua, estas verdades, não poderá salvar-se. b) Por necessidade de preceito – deve-se saber, ao menos quanto à essência, o Credo, os Mandamentos, os Sacramentos, o Padre Nosso e a Ave Maria. Quem por sua culpa ignora estas coisas, peca seriamente. Não obstante a obrigação grave de conhecer as verdades da Fé, quanta ignorância domina entre os cristãos! Se se tivesse de fazer um exame sobre a fé de muita gente, que afinal se crê instruída, oh! como teriam tal motivo para confundir-se! Seu exame será feito após a morte por Jesus Cristo, quando não terão mais tempo para instruir-se. E aí...? Caber-lhes-á aquilo que diz S. Paulo: “Quem afinal é ignorante será ignorado: Si quis autem ignorat, ignorabitur” (1 Cor 14, 38). Conclusão Com o batismo recebemos de Deus o dom precioso da Fé. Esse dom vós ainda o possuís: sede, por conseguinte gratos a Deus que vo-lo deu sem nenhum mérito vosso, e conservai-o. “Vigiai (dir-vos-ei com S. Paulo), sede constantes na Fé, portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos” (1 Cor 16, 13). Ficai longe de tudo aquilo que a possa diminuir ou fazer perder: do orgulho e da corrupção, das más leituras e da companhia dos incrédulos! E invocai frequentemente Deus com a oração que faziam os Apóstolos: “Senhor, aumentai em nós a fé: Adauge nobis fidem” (Lc 17, 5). (Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino, riginal La Parole di Dio per la Via d’Esempi)

  • Comentários Eleison nº 852

    Por Dom Williamson Número DCCCLII (852) – 11 de novembro de 2023 PROMETEU DE CALDERÓN “Prometeu” deve aparecer como foi escrito originalmente. Pois as boas almas têm uma sede genuína por tais verdades. Os leitores dos últimos anos talvez se lembrem destes “Comentários” recomendando e promovendo o livro escrito em 2010 pelo Padre Álvaro Calderón sobre a verdadeira interpretação dos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965). O Padre Calderón é um sacerdote da Fraternidade Sacerdotal São Pio X da Argentina que há muitas décadas ensina filosofia e teologia tomista no seminário sacerdotal da Fraternidade em La Reja, Argentina. A sua fidelidade ao ensinamento do Doutor Comum da Igreja Católica, Santo Tomás de Aquino (1225-1274), é a grande força de Calderón, e é a força do seu livro: Prometeu, a Religião do Homem – um ensaio de interpretação do Vaticano II. O livro não é de leitura fácil, mas é uma incomparável visão geral dos principais erros do Vaticano II que continuam assolando a Igreja 58 anos depois. No início do ano passado, o Distrito Americano da FSSPX publicou uma adaptação de “Prometeu” em inglês que não é totalmente fiel ao texto original em espanhol, porque por volta de 2012 a Fraternidade mudou oficialmente de direção, e não deseja mais condenar o Vaticano II tão claramente como Calderón o condenou, de uma vez por todas, em 2010. A Fraternidade precisa de novos Bispos para cuidar do seu rebanho mundial, mas quer tê-los com a permissão de Roma, e não sem ela. Por isso não pode dar-se ao luxo de republicar um texto como o “Prometeu” de 2010 sem tirar-lhe o aguilhão, porque a “Roma” do Papa Bergoglio está decidida a levar o Vaticano II até a destruição final da Igreja. Para uma simples amostra desse aguilhão, vamos resumir aqui parte do prólogo da edição de 2010 de Prometeu do Pe. Calderón. Quando o Vaticano II foi inaugurado em 1962, a mudança de direção da Igreja foi tão drástica e repentina que apanhou o mundo inteiro de surpresa, e a Igreja ainda está tentando entender o que isso significou. O Papa Bento XVI quis encontrar uma forma de interpretar o Concílio em harmonia com a Tradição católica, já que os “tradicionalistas” católicos afirmam que o Concílio rompe com a Tradição. Então “Prometeu” examinará como interpretar o Vaticano II, mas primeiro antecipemos algumas objeções potenciais ao que ele dirá. A atividade de “interpretação” não pode durar para sempre. É senso comum que as palavras têm um significado e significam o que dizem. Os dois grandes Concílios da Igreja anteriores ao Vaticano II, Trento e Vaticano I, falaram de forma tão clara e decisiva, que resolveram problemas doutrinários e excluíram qualquer necessidade de interpretações ulteriores. 1. Então, por que o subtítulo de “Prometeu” anuncia que se trata de um “ensaio de interpretação”? Porque os textos do Vaticano II necessitam de interpretação, o que mostra que não são claros, ao contrário dos textos de Trento e do Vaticano I. E são deliberadamente confusos para impedir que os católicos percebam que o Concílio não só está atualizando, como também mudando completamente sua religião tradicional. O Papa Bento XVI quer continuidade? Infelizmente, a continuidade entre o Vaticano II e o passado é, na verdade, entre o Concílio e os inimigos da Igreja de ontem e de hoje. E quem são esses inimigos? São os humanistas, que remontam ao século XIV, e que desde então centram a religião no homem e não em Deus. 2. Mas como se pode resumir um fenômeno tão complexo como o Vaticano II numa só palavra: “Humanismo”? Porque Deus é totalmente simples, e quanto mais os católicos se aproximam d’Ele, mais simplesmente conseguem ver as coisas. 3. Mas porque é que um livro católico tem de recorrer à mitologia grega para o seu título principal, “Prometeu”? Porque os mitos podem conter verdades humanas profundas, e assim como o mítico Prometeu roubou o fogo dos deuses para dá-lo ao homem, os clérigos conciliares roubaram a verdadeira religião de Deus a fim de distorcê-la para o homem moderno. Prometeu foi punido. O mítico Hércules o resgatou. Pode Tomás de Aquino resgatar os conciliaristas? Kyrie eleison.

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