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  • Ordenação Sacerdotal dos Irmãos Alberto e Lourenço, FBMV - 06/01/2024

    + PAX Disponibilizamos abaixo as imagens da cerimônia de ordenação dos Rev. Pe. Alberto e Lourenço, membros da FBMV em seu Mosteiro de Nossa Senhora da Fé e do Rosário. A cerimônia ocorria no dia 06 de janeiro de 2024, festividade da Epifania do Senhor, e o sacramento foi conferido por S.E.R. Dom Tomás de Aquino. U.I.O.G.D.

  • Valha-nos São João da Cruz

    Por Gustavo Corção, publicado n’O Globo em 10 – 02 – 1973 PARA descansar da atoarda do século, e da mais estridente algazarra dos "católicos" secularizantes, voltei ontem a dar o melhor de meu tempo à leitura daqueles que penetraram mais profundamente no segredo e no mistério da Cruz, e que nos são propostos pela Igreja como modelos e mestres. Achei-me a reler São João da Cruz, mas, para não andar sozinho em tão ásperas veredas, procurei o Pe. Penido, Itinerário de São João da Cruz, e depois, com uma pungente saudade das mil coisas perdidas, voltei a ler as páginas admiráveis escritas pelo grande Maritain de Les Dégrés du Savoir. A título de amostra ofereço estas meditações sobre a doutrina do vazio (pág. 658) do doutor supremo do saber noturno e incomunicável. Maritain, que passou sua vida de filósofo aos pés de Santo Tomás, o doutor supremo do saber diurno comunicável, nessas páginas preciosas, com que prefaciou o grande livro do Pe. Bruno, revela-se um profundo conhecedor de São João da Cruz: "Sendo desproporcionados à possessão de Deus em sua vida própria todos os meios humanos, quaisquer que sejam, o melhor que pode fazer a criatura é deixar-se de si mesma, é extenuar-se, renunciar a suas próprias operações, esvaziar-se. Esta tese central de São João da Cruz seria absurda se Deus não estivesse presente a querer ocupar totalmente nossa alma." (...) "Eis-nos aí no ponto crucial de aparente antinomia entre a linguagem ontológica da teologia e a linguagens prática e mística de um São João da Cruz ou da Imitação." SIM, não é do ponto de vista de nosso ser e de suas faculdades que o místico se coloca, é do ponto de vista da apropriação de nós mesmos e do livre uso e do exercício moral que fazemos de nossa atividade. E aí ele exige tudo. É preciso nos darmos totalmente. São João da Cruz nos prega a expropriação do eu. "Essa espécie de morte não oblitera a sensibilidade, ao contrário, afina-a, não endurece as fibras do ser, ao contrário, as espiritualiza — essa espécie de morte nos transforma em amor." "LEMBREMO-NOS — continua Maritain — que a graça não se superpõe à natureza, como um teto sobre um edifício; a graça enxerta uma vida divina que penetra e eleva a alma na sua própria essência como nas suas faculdades, capacitando-a para obras divinas que procedem todas da graça, e todas de nossas potências sobrenaturalizadas pela graça. Que quer isto dizer senão que, no termo de nosso crescimento, o princípio essencial de todos os nossos atos, a agente principal, a cabeça de nosso governo interior, não pode ser nosso próprio eu, mas só pode ser o Espírito de Cristo em nós!" E isto não é possível sem uma radical desapropriação. Enquanto formos proprietários de nós mesmos, não chegaremos àquele vazio que é a exigência suprema do amor de Deus que nos quer n'Ele transformados. "E É POR ISSO — diz adiante Maritain — que a realização prática do axioma: ‘a graça é completa e não destrói a natureza’, só se efetua na agonia e na morte mística da natureza. Não na morte ontológica. Morramos a morte dos anjos, dizia São Bernardo. Na natureza humana, ferida pelo primeiro pecado e profundamente mordida pela concupiscência, essa morte não pode realizar-se sem as grandes renúncias e escalpelamentos da noite dos sentidos e da noite do espírito." (...) "PARA que o próprio Deus opere, diz São João da Cruz (livro III, cap. II), a união divina com a alma, a única maneira que convém é aquela que despeja, que exaure, que leva as potências da alma a recusarem sua jurisdição natural, e suas operações, para que ela possa receber a infusão e a iluminação do sobrenatural". MAS a lei do sofrimento depurador vai ainda mais longe, porque a alma já elevada até a união transformante, e que doravante, no dizer dos santos, não pode sofrer senão em razão de Deus e não das criaturas, fica mais do que nunca sedenta de sofrer, diz São João da Cruz. E Maritain: "Assim é porque, na realidade, a própria graça que nos transforma é a graça de nosso chefe crucificado, e é para nos associarmos à sua obra, morrer para e pelo mundo, que nós nos transformamos de claridade em claridade". *** ESTAVA eu neste ponto da leitura, quando o telefone chamou. Era uma carmelita que dizia estar rezando por mim, e que me aconselhava a descansar nas dores de São João da Cruz, para não esmorecer. *** OUTROS telefonemas chamaram-me à ruidosa realidade de um cristianismo (?) secularizado, e como quem acorda diante de uma espantosa realidade, que o sonho maternalmente escondera, senti uma vertigem de dor e de estupor. Como é possível, depois de tantas e tão maravilhosas riquezas, ter chegado o cristianismo ao papel grotesco de um reboque das mais vãs e cruéis doutrinas jamais inventadas pelo enfermiço verme que parece ter nascido na decomposição do planeta gloriosamente habitado? Como pode? Como pode? *** O QUE me inquieta tanto, leitor, não é a sorte que terá a obra escrita de São João da Cruz, nem é a sorte da Igreja que em sua essencial e nuclear santidade já venceu, já triunfou. O que me preocupa é a sorte dos loucos que trocaram todas as grandezas de Deus por uma liberdade de libertinos. Mas também estremeço dos pés à cabeça quando penso nas crianças que estão nascendo, que estão crescendo, e para as quais já se abrem as mandíbulas da Máquina do Mundo. E me perco em vãs e dolorosas sondagens sobre o misterioso consentimento de Deus. Fiquemos hoje aqui, e para despedida ofereço esta opção: se não queres perder-te em Deus, se não queres o Nada para ganhar o Tudo de Deus, a alternativa que brevemente se oferecerá é a de seres nada nas tripas das minhocas.

  • Comentários Eleison nº 864

    Por Dom Williamson Número DCCCLXIV (864) – 03 de fevereiro de 2024 VALIDADE DAS CONSAGRAÇÕES Quer se trate de bispos ou de mulheres, a sua vida é vazia? Primeiro, acerte as coisas com Deus – muitas graças se seguirão. Entre os católicos tradicionais, voltou-se a disputar recentemente a questão de se as consagrações dos bispos católicos realizadas com o novo rito produzido pelo Papa Paulo VI após o Vaticano II são realmente válidas como consagrações ou não. Em outras palavras, podemos ter a certeza de que um sacerdote que tenha passado pelo novo rito de Consagração é verdadeiramente bispo? A questão é de extrema importância, porque da validade dos bispos depende tanto a própria sobrevivência da Igreja Católica como a possibilidade de as almas chegarem ao Céu, já que elas precisam muito dos sacerdotes e dos sacramentos para morrerem naquele estado de graça santificante sem o qual correm grave risco de cair no Inferno. Em termos gerais, existem duas correntes de pensamento sobre a questão. A grande maioria dos católicos não vê nenhum problema, incluindo aí aquela que passou a ser a Neofraternidade Sacerdotal São Pio X após assumir outra orientação em 2012 levada por sucessores do Arcebispo Lefebvre, líderes da então Fraternidade que o Arcebispo havia guiado desde seus primórdios em 1970 até a sua morte com o objetivo de defender a Fé e a Igreja contra a devastação da revolução conciliar. “É claro que o Vaticano II (1962-1965) não foi um desastre tão grande”, dizem esses sucessores, “a ponto de Deus permitir que os Seus inimigos ganhassem tanto poder dentro da Igreja a ponto de conseguirem interferir seriamente nas próprias fontes do seu futuro, como o rito da consagração de seus líderes. A simples ideia é ridícula! O Vaticano II foi mau, mas não pode ter sido tão mau”. Ora, infelizmente o foi! Basta olhar para os frutos, que mostram infalivelmente o que está acontecendo. Entre 20 anos antes e 20 anos depois do Concílio, várias instituições católicas como hospitais, escolas, conventos, seminários, priorados, mosteiros, foram todas fechadas ou entregues para “armazenar maçãs” (Sl 78, 1). Será que alguma vez já houve tantas vocações abandonadas, ou o surgimento de tão poucas novas vocações como no período posterior ao Vaticano II? Por que será? Certamente porque, por exemplo, a maioria de nossos contemporâneos está convencida de que um assistente social é mais útil do que um sacerdote. E, de fato, onde não há a Fé, pelo menos como se a compreendia antes do Concílio, o bispo e o padre estão em desvantagem pelo que propriamente são, e tudo o que lhes resta é fazer uma má imitação de alguém que eles absolutamente não são, como um assistente social. E quem deveria pregar essa fé? Bispos e padres! Quão astutamente, com o Vaticano II, o diabo revirou as mentes dos clérigos ao avesso e de cabeça para baixo! Talvez o novo rito de consagração tenha sido, afinal, um problema para os bispos... O Pe. Álvaro Calderón é um dos melhores teólogos da Fraternidade, desempenha suas atividades no seminário sacerdotal da Fraternidade na Argentina, e há mais de dez anos, escreveu um tratado sobre essa questão da validade do novo rito de consagração episcopal. Ele conclui que é “muito provavelmente válido”, mas não seguramente. No entanto, uma vez que os bispos válidos são absolutamente essenciais para a vida e a sobrevivência da Igreja, então a sombra de dúvida envolvida ainda é muita dúvida, e todos os bispos católicos consagrados apenas com o rito novo deveriam consentir em ser reconsagrados condicionalmente também com o rito antigo, com sua antiga e seguramente válida forma sacramental. Da mesma forma, diz ele, todos os padres ordenados apenas com o rito conciliar de ordenação devem buscar a reordenação condicional com o rito tradicional para reparar quaisquer defeitos graves no seu sacerdócio conciliar. E onde diz o Padre Calderón que reside esta sombra de dúvida? Ele diz que a intenção do rito novo não é fazer bispos de autoridade real, investidos de autoridade divina imediatamente sobre as ovelhas, verdadeiras nuvens trovejantes de Deus; mas sim um facilitador diocesano, um homem simpático, um administrador democrático, disposto a obedecer à risca a uma religiosa feminista, um tipo de dragão local que tiraniza todos os galos do galinheiro eclesiástico num raio de quilômetros de distância, e que sonha com o dia em que poderá finalmente celebrar os farrapos que sobrarão da Santa Missa. Homens, mantenham as mulheres em seus lugares, porque elas são insuportáveis quando estão fora de controle! Deus em primeiro lugar! Kyrie eleison.

  • ONDE ESTÁ O REMÉDIO PARA OS MALES DA TRADIÇÃO?

    Por S. Exa. Revma. Dom Tomás de Aquino, OSB A Tradição sofre de males diversos, devidos a divisões internas e a ataques externos. Ela sofre da fraqueza de seus membros, o que aumenta a ousadia de seus inimigos. Primeiramente, onde está a Tradição? Está na fidelidade ao depósito da fé. Quem guarda este depósito guarda a Tradição. Podemos dizer: onde está o depósito da fé aí está a Tradição. Mas a Tradição é também o combate pela fé, combate no qual Dom Lefebvre, mais do que ninguém, nos deu o exemplo. Guardar a Tradição será, então, combater como Dom Lefebvre combateu. São Paulo nos fala do combate segundo as regras; regras da prudência não menos que da fé. Ora a prudência de Dom Lefebvre é bem difícil de ser imitada. Quem terá a sua prudência? Dom Lefebvre foi um discípulo e imitador de São Pio X. Ambos são inimitáveis na condução do combate. Quem somos nós para nos dizermos fiéis e perfeitos discípulos destes dois servidores de Deus? Mas uma coisa sabemos. É que são eles os modelos. São eles o remédio doutrinal e prudencial na crise que sempre ameaça a Tradição. Não devemos nos escandalizar ao ver divisões, quer sejam na Fraternidade quer sejam na Resistência. Dom Lefebvre conheceu dificuldades, divisões, oposições de dentro e de fora da Fraternidade. Professores, padres amigos, comunidades amigas, seminaristas, leigos... de toda parte Dom Lefebvre conheceu a contradição. Não devemos nos escandalizar das oposições e divisões. Devemos, sim, amar o bom combate, amar o combate de nossa conversão juntamente com o combate da  defesa pública da fé, como são Pio X e Dom Lefebvre. Recolhamos a sua herança, toda a sua herança de combate contra o modernismo, contra os modernistas e contra os liberais. Eles venceram o mundo. Nós o venceremos também, se fizermos como eles, com a humildade da piedade filial, que nos leva a invocá-los, a estudá-los, a compreendê-los e a aplicar seus princípios de ação na situação atual. Aí está o remédio que, com a proteção daquela que venceu todas as heresias e todos os hereges, nos dará a vitória e a verdadeira união entre os que se reclamam da Igreja, una, santa, católica, apostólica e perseguida. 1 º de fevereiro de 2024.

  • Comentários Eleison nº 863

    Por Dom Williamson Número DCCCLXIII (863) – 27 de janeiro de 2023 SUPLICAR com CONFIANÇA Ao nosso redor, o mal se desenrola sobre o mal. “Não temas”, disse Jesus, “eu venci o mundo” (Jo. XVI, 33). No último dia de 2023, um padre franciscano do convento capuchinho de Morgon, na França, proferiu um sermão sobre aquele recente documento do Papa Francisco, Fiducia Supplicans (“Suplicar com Confiança”), que causou escândalo às almas de todo o mundo. Esse sermão é um resumo notável do motivo pelo qual o documento causou tamanho escândalo, e segue abaixo resumido, em menos da metade de sua extensão original. No relato da Apresentação do Menino Jesus no Evangelho de São Lucas (II, 34), lemos como o velho Simeão profetizou que o recém-nascido que Maria acabava de colocar em seus braços seria um sinal de contradição para o mundo inteiro. Todos os homens teriam de aceitá-Lo ou rejeitá-Lo, porque não podem permanecer neutros. Um exemplo clássico desta contradição são as leis católicas sobre o matrimônio. Se na prática os católicos violam essas leis por fraqueza, isso já é grave, mas se eles negam essas leis em princípio, é um pecado espiritual, ainda muito mais grave. A respeito disso, a recente assinatura do Papa da “Fiducia Supplicans” causará danos incalculáveis à Igreja, porque dará direito a todos os tipos de casais que atualmente vivem em pecado a “suplicar com confiança” por uma bênção de qualquer sacerdote católico, e assim a pensar que eles não estão mais vivendo em pecado. Isto colocará em perigo a sua salvação eterna. Ou teriam sido então João Batista e Thomas More meros tolos por darem suas vidas para defender as leis de Deus sobre o matrimônio? É verdade que Nosso Senhor mesmo não condenou a mulher apanhada em adultério (Jo.VIII, 3-11), porém, também nunca a abençoou, mas disse-lhe para não pecar mais (v. 11). Abençoar os pecadores, sem nenhuma instrução ou repreensão por seus pecados, só pode encorajá-los a continuar em seus pecados. Ao entrar no Ano Novo, devemos rezar por todos aqueles que correm o risco de ser vítimas desse terrível documento. Em primeiro lugar, pelos sacerdotes católicos, a fim de que tenham a coragem de João Batista e de Thomas More para enfrentar a pressão conjunta das más autoridades de hoje da Igreja e do estado, que gostariam de fazer com que os sacerdotes se deixassem levar pelo fluxo do mundo ímpio de hoje, para abandonar a Deus, quebrando Suas claras e rigorosas leis sobre o matrimônio. Em segundo lugar, devemos rezar pelas famílias católicas que lutam contra todas as probabilidades para defender as leis de Deus sobre o matrimônio, especialmente pelos cônjuges abandonados que veem o Papa encorajar aqueles que não guardam, mas violam, a Sua lei. Em terceiro lugar, devemos rezar pelas almas de todo o mundo, ofendidas por tal escândalo vindo do Papa. Com efeito, qualquer escândalo será ainda maior pela altura da autoridade de onde provém, pela obviedade da imoralidade que promove, e pelo número de almas que ofende. Em todos os três aspectos, o escândalo de “Fiducia Supplicans” é incomensurável. Quanto à autoridade que escandaliza, não há autoridade moral mais elevada na terra do que a do (pelo menos aparente) Vigário de Cristo, o Papa. Quanto à imoralidade promovida, o que é mais básico para a sociedade humana do que as leis naturais do matrimônio que Cristo reforçou, mas que até os pagãos compreendem claramente, que abominam o adultério e o homossexualismo? E quanto à extensão das almas escandalizadas, o quanto a sociedade humana não é prejudicada na formação dos seus tijolos, das suas famílias, pelo Vigário de Cristo que usa de toda a sua autoridade na terra para ordenar aos sacerdotes de Cristo que abençoem as almas pecadoras que vivem desafiando as leis naturais de Deus sobre o matrimônio? Pode-se perguntar se alguma vez em todos os 2.000 anos de história da Igreja se viu um escândalo tão grande. Devemos rezar até pelo Papa Bergoglio, para que ele salve a sua alma, pois, neste exato momento, ela está em grave perigo. E, finalmente, devemos rezar para Nosso Divino Senhor, para agradecer-Lhe por ter encarregado-se de resgatar-nos da devastação do pecado que está sendo produzido ao nosso redor, especialmente por clérigos pecadores. Somente Ele pagou por nós a dívida que de outra forma seria impagável para com Seu Pai pelos nossos pecados. Somente Ele nos abre as portas do Céu, que de outra forma estariam fechadas. Só Ele nos permite cantar no final da Missa não o “Miserere”, mas o “Te Deum Laudamus”: nós Vos louvamos, ó Deus, pela Vossa sabedoria em permitirdes que o pecado e a morte sejam vencidos pelo Vosso próprio sofrimento. Nós Vos suplicamos só pela graça da perseverança até o fim. Kyrie eleison.

  • POR QUE EXISTE A RESISTÊNCIA?

    Por S. Exa. Revma. Dom Tomás de Aquino, OSB A causa de existir a Resistência não é outra senão Dom Fellay com suas palavras e seus atos. Suas palavras minimizaram a gravidade da crise e do Concílio. Seus atos expuseram a Tradição a ter o mesmo destino que as comunidades Ecclesia Dei. Dom Fellay não falava como Dom Lefebvre. Dom Lefebvre denunciava com força os erros do Concílio bem como os que eram a causa destes erros. Ele advertiu praticamente todos os papas conciliares de suas responsabilidades. Disse a João Paulo II que se ele continuasse no caminho do ecumenismo já não seria o bom pastor, e no desenho sobre Assis, disse, com imagens e palavras, que João Paulo II iria para o inferno, se continuasse ecumenista. Disse ao cardeal Ratzinger que ele, Ratzinger, era contra a cristianização da sociedade. Ele denunciou a apostasia da Roma conciliar. Denunciava os erros e os fautores de erros, fossem eles quem fossem. Defendeu padres e fiéis do contágio modernista. Expôs-se a uma excomunhão inválida, mas infamante. Não recuou na defesa da França face ao perigo muçulmano. Protegeu-nos contra a tentação acordista de Dom Gérard. Ele foi, em suma, como os antigos bispos: o defensor da cristandade e da base da cristandade, que é a fé. Foi o homem das virtudes teologais, sustentando nossa fé e todas as virtudes. E Dom Fellay? Continuou ele a ação de Dom Lefebvre? Não. Tanto nas palavras como nos atos, Dom Fellay se afastou de Dom Lefebvre. Sobre a Liberdade Religiosa, ele minimizou a gravidade do que disse o Concílio. Ele não disse aos papas o que dissera Dom Lefebvre. Não atacou os erros como Dom Lefebvre. Não falou das duas igrejas como Dom Lefebvre.  Não distinguiu com clareza a Igreja oficial da Igreja Católica, mas falou de uma "igreja concreta", confundindo os fiéis e até os padres. Que igreja concreta é essa? Temos de estar nessa igreja? Nós estamos na Igreja Católica. Reconhecemos o papa, mas não a Igreja conciliar, da qual falava o cardeal Benelli. Reconhecemos o papa, mas não a sua doutrina nem seus atos contra a Tradição. Estes atos não são católicos, mas anticatólicos. Foi sob a influência de Dom Fellay que o capítulo de 2012 modificou o princípio enunciado pelo capítulo de 2006: nada de acordo prático sem acordo doutrinal. Isto não agradava a Dom Fellay e foi mudado. Com certas condições, pode agora a Fraternidade fazer acordo prático sem acordo doutrinal. É uma brecha. Brecha que pode levar a Fraternidade pelo caminho das comunidades Ecclesia Dei. Ela não foi tão longe, mas baixou sua guarda e Roma se aproveitou disso. Dom Fellay reprimiu a resistência interna na Fraternidade, expulsando Dom Williamson e alguns padres; depois puniu outros, como os sete decanos que protestaram, acertadamente, contra o documento de Roma a respeito dos casamentos. Dom Fellay desorganizou a Tradição, afastou-se da linha de Dom Lefebvre e fez outros também se afastarem dela. Esta foi a razão de existir a Resistência: resistir a tal afastamento.​ Nós queremos seguir Dom Lefebvre em tudo, na doutrina e também nas soluções práticas, pois, como ensinam Aristóteles e Santo Tomás, os exemplos dos antigos servem de princípios de ação.​ Seguimos Dom Lefebvre na doutrina e na ação, sobretudo em relação à Roma modernista, e isto para sermos fiéis à Roma eterna, mestra de verdade e de santidade. 25 de janeiro de 2024

  • Comentários Eleison nº 862

    Por Dom Williamson Número DCCCLXII (862) – 20 de janeiro de 2023 LÍDERES AFORTUNADOS Mas tal mensagem os governantes não ouvirão? Talvez, mas a verdade foi dita de maneira clara. “Se o Senhor não edificar a casa, os que a constroem trabalham em vão. Se o Senhor não vigiar a cidade, em vão vigiam as sentinela” (Sl. CXXVI, 1). E que se dirá de quem constrói um Estado! São afortunados os políticos atuais que têm sacerdotes católicos para lembrá-los de como devem servir verdadeiramente a sua terra. Infelizmente, esses mesmos políticos atuais dificilmente têm ouvidos para ouvir essas verdades antigas e importantes. Os líderes da Suíça tiveram recentemente um padre assim, um padre suíço da “Resistência”, o qual lhes pediu que submetessem a direção dos assuntos do seu país ao único e verdadeiro Deus do passado católico da Suíça. A reação deles parece ter sido mínima. Como todos nós, pode ser que tenham que aprender da maneira mais difícil. De qualquer forma, segue abaixo o apelo deste padre, abreviado de modo que caiba em uma página A4: Honorável Senhora Presidente, honoráveis senhores e senhoras recentemente reeleitos Vereadores Federais, Estaduais ou Municipais para os anos de 2023 a 2027, minhas congratulações pela sua reeleição! Permitam-me, como sacerdote católico dos Apóstolos de Jesus e Maria, apresentar-lhes um pedido para que o governo do nosso país retome publicamente a profissão da religião cristã e o respeito por ela. Assim, poderemos esperar a bênção de Deus e a proteção de nosso amado país. Aqui estão quatro reflexões: 1. Na última grande reunião da mais antiga de todas as igrejas cristãs, o Concílio Vaticano II da Igreja Católica Romana, realizado em Roma de 1962 a 1965, muitos líderes católicos, confrontados com os nossos tempos ímpios, consideraram que seria melhor para a Igreja de Deus modernizar-se. Esse era o problema certo, mas a solução equivocada, pois significava, por exemplo, que a religião seria doravante um assunto meramente privado. Erro grave. Desde muito antes da fundação da Suíça em 1291, Jesus Cristo foi Criador e Redentor de todos os homens já vivos, e até o fim do mundo, Senhor, Juiz e Rei, da Suíça e do mundo inteiro. 2. Como resultado de Cristo e da Sua única e verdadeira Igreja terem sido eliminados pelo deísmo, pelo naturalismo e pelo liberalismo, Cristo é rebaixado ao mesmo nível de todas as outras religiões, e qualquer coisa supostamente sobrenatural perde todo o interesse. A humanidade é entregue à tirania dos estados civis agora puramente seculares. Pois onde quer que a Majestade do único Deus verdadeiro seja colocada entre parênteses, algum antideus obrigatoriamente tomará o Seu lugar. 3. Em meados do século XVII, um santo sacerdote alemão, o Venerável Bartolomeu Holzhauser (1613-1658), recebeu do Céu visões de toda a história da Igreja em sete Idades, incluindo a Quinta Idade da Apostasia, que dura desde Lutero até hoje. Mas ficamos demasiado cegos para podermos ver os nossos tempos dessa maneira. 4. O santo padroeiro da Suíça, Nicolau de Flüe (1417–1487), é famoso por ter dito que: “Se Deus é expulso de um Estado, este está condenado à destruição”. Assim, os 700 anos de existência da Suíça como uma democracia cristã estão no fim, a menos que possamos reavivar a profissão de fé em Deus dos nossos antepassados. Honoráveis líderes do nosso governo, somente Jesus Cristo pode levar-nos ao Céu. Testemunhas desse fato são as igrejas, cruzes e capelas espalhadas por todo o nosso país, assim como os valores cristãos ainda enterrados nas profundezas da consciência de muitos suíços. Mas estes valores estão sendo manchados, ou completamente apagados, de modo que o nosso país está no caminho para a sua destruição, como quando há três anos o povo suíço foi enganado para que votasse a favor de uma lei contrária a Deus e à natureza, em favor do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Se isso passa a ser considerado liberdade de religião e de consciência, levará à perda de toda religião e de toda consciência. Diante de nós está o Cristianismo ou o comunismo. Todos nós fomos feitos para o Céu. Se os nossos governantes criarem condições favoráveis para a Igreja, a Igreja cuidará do nosso povo e da nossa juventude. Senhoras e Senhores, todos os governantes, permitam-me pedir-lhes que respeitem os direitos de Deus e da família católica de promover e professar a religião cristã, e a manter a neutralidade cristã da nossa terra. E que Deus esteja com todos vocês. Rezo por vocês todos os dias, na Missa e com o Santo Rosário. Com o maior respeito, e com todas as bênçãos, Pe. Aloysius Bruehwiler. Kyrie eleison.

  • Comentários Eleison nº 861

    Por Dom Williamson Número DCCCLXI (861) – 13 de janeiro de 2023 VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - II Se uma alma busca a Autoridade de Deus, Que o faça somente em uma direção: a Igreja Católica! Desde que o Arcebispo Viganò, outrora o número quatro na Secretaria de Estado, deixou para trás o Concílio Vaticano II e todas as suas pompas e obras, algumas das observações dele sobre o Papa Bergoglio têm sido tão cáusticas, que muitos católicos se perguntam se esse Arcebispo ainda o considera Papa. Será que ele se uniu às fileiras dos “sedevacantistas”, ou seja, aqueles católicos que consideram que a Sé de Pedro está vacante desde que aquele maldito Concílio causou tantos danos à Igreja Católica? Como é possível que Papas verdadeiramente católicos tenham presidido esse Concílio e suas consequências? O problema é angustiante, porque com esse Concílio a Autoridade Católica separou-se da Verdade Católica, forçando os católicos a abandonar uma ou outra, total ou parcialmente, já que não podiam mais seguir a ambas. Os católicos ou se agarravam à Verdade e “desobedeciam” mais ou menos ao que parecia ser a Autoridade Católica, ou se agarravam à “Autoridade” falsificada e tornavam-se mais ou menos infiéis à Verdade imutável. Quanto ao Arcebispo Viganò, durante dezenas de anos após o Concílio (1962-1965) ele permaneceu fiel aos seus colegas e companheiros dos mais altos escalões da Autoridade da Igreja, porque, segundo a sua própria confissão, “não podia acreditar que eles pretendiam destruir a Igreja”. Mas em 2018, deparou com tamanha corrupção nos Estados Unidos da América, onde era Núncio Papal, e também na Cúria do Vaticano, que se viu obrigado a procurar a causa proporcionada, e encontrou-a no Concílio. A partir dali, encontrou-a especialmente no Papa conciliar do seu tempo, o “jesuíta argentino”, como ele o chama, sobre quem fez comentários tão contundentes, que muitos observadores foram levados a perguntar-se se esse Arcebispo ainda acreditaria que Bergoglio seja Papa. Vejamos o que disse em 9 de dezembro. (Ver os “Comentários de Eleison” da semana passada [n° 860 de 4 de janeiro] para um resumo de seis parágrafos do que ele disse, ao que correspondem os seguintes números em letras maiúsculas. Melhor ainda é buscar na Internet as palavras originais completas, acessíveis em inglês em catholicfamilynews.com ou lifesitenews.com.) 1 – Nos últimos 10 anos, a Igreja Católica foi entregue à revolução e ao caos. 2 – Os Cardeais e os Bispos deveriam bloquear essa destruição, mas eles mesmos são demasiado conciliares para fazê-lo. 3 – A Autoridade da Igreja está tão paralisada, que isto só se explica pela “operação do erro” predita para o fim do mundo. 4 –Bergoglio, assim, é um usurpador no Trono de Pedro. É um falso profeta. Não temos de obedecê-lo. 5 – Porém, não temos autoridade para declarar oficialmente que ele não é Papa, e, portanto, não há solução humana. 6 – Nem toda a nossa batalha é meramente entre homens, e pensar assim é um convite a problemas ainda mais sérios. Aqui está um mero esqueleto da rica argumentação do Arcebispo – ver o original para deixá-lo falar por si mesmo –, mas é suficiente para indicar que ele se afasta do “sedevacantismo” público. Depois de haver dedicado a maior parte do seu discurso (1-4) a construir a acusação contra aquele a quem chama “Bergoglio”, Dom Viganò chega ao ponto culminante no qual proporá a sua própria solução (5). Aqui é bem possível que ele mesmo compartilhe a convicção de muitos católicos sérios de que este ou aquele Papa conciliar, desde João XXIII até Francisco inclusive, não tenha sido verdadeiramente Papa, mas essa convicção, comum a muitos católicos ditos tradicionalistas, nunca pode equivaler a uma declaração oficial da Igreja, e qualquer declaração nesse sentido terá de esperar até que a Madre Igreja se recupere do atual ataque mortal do modernismo, uma enfermidade mental dificilmente curável. Entretanto, esta parada pública do Arcebispo Viganò no caminho para o sedevacantismo é altamente razoável, porque salvaguarda em uma mente e em um coração católico uma medida de respeito pela Autoridade Católica que de outro modo poderia perder-se completamente. Ai da Tradição Católica, ou da sua “Resistência”, se perdesse todo o respeito pela Autoridade Católica, porque esta é divina, e algum dia deverá voltar, decerto voltará, com força total, tal como o sol depois de um eclipse, e antes do fim do mundo. Kyrie eleison.

  • Comentários Eleison nº 860

    Por Dom Williamson Número DCCCLX (860) – 06 de janeiro de 2023 VIGANÒ SEDEVACANTISTA? - I Leitores, preparem-se para analisar, na próxima semana, O pensamento de um clérigo valente e sábio. 1 No dia 9 deste último mês do ano, Dom Viganò proferiu mais uma das suas esplêndidas Conferências, na qual questionou se o Papa Bergoglio é verdadeiramente Papa. O problema é bem conhecido pelos católicos: ao longo dos últimos dez anos, a Autoridade Católica foi distorcida num autoritarismo arrogante, o próprio sacerdócio de Deus foi distorcido num clericalismo humano, e a Verdade revelada de Deus foi distorcida na revolução e no caos permanentes do homem. 2 Quanto às autoridades da Igreja que estão abaixo do Papa para ajudá-lo a proteger essa Verdade, ou são seus cúmplices ou têm tanto medo dele que as poucas vozes discordantes não se atrevem a tirar as conclusões necessárias, principalmente porque idolatram o Vaticano II. Podem criticar Bergoglio e discordar dele, mas não do Vaticano II. Esses bons homens não querem reconhecer que o processo revolucionário que tornou possível uma pessoa como Bergoglio chegar a ser bispo e cardeal, e finalmente entrar no Conclave e sair “Papa”, se deveu ao Concílio, que para eles é intocável. Assim, somos obrigados a concluir que certas pessoas se preocupam mais com a doutrina do Papado do que com a salvação das almas. Elas preferem ser governadas por um Papa herege e apóstata a reconhecer que um herege ou um apóstata não pode ser cabeça da Igreja à qual, como tal, não pertence. 3 Nenhum Doutor da Igreja chegou alguma vez a contemplar o caso de um Papa apóstata como Bergoglio. Algo dessa dimensão só poderia acontecer num contexto único e extraordinário como o da perseguição final predita pelo profeta Daniel e descrita por São Paulo. E essa “operação do erro” (II Tes. II, 13) é tão eficiente e bem organizada que mostra claramente uma inteligência luciferiana em ação. É por isso que o “problema Bergoglio” não pode ser resolvido de nenhuma maneira ordinária: nenhuma sociedade pode sobreviver à corrupção total da autoridade que a governa, e com a Igreja não é diferente. 4 Nem essa “operação” é meramente a questão de um papa aderir a uma heresia específica (o que, ademais, Bergoglio tem feito repetidamente). Trata-se de um personagem enviado ao Conclave com ordens de revolucionar a Igreja do alto da Cátedra de Pedro. É esta intenção maliciosa de abusar da autoridade e do poder do Papado, adquirida por meio do engano, que faz de Bergoglio um usurpador do Trono de Pedro. Nem podemos comportar-nos como se estivéssemos resolvendo uma questão de Direito Canónico: o Senhor está sendo ultrajado, a Igreja está sendo humilhada e as almas estão se perdendo porque quem está sentado no Trono de Pedro é um usurpador. O comportamento invariável de Bergoglio – antes, durante e depois da sua eleição – é prova suficiente da sua iniquidade inerente. Podemos, portanto, estar moralmente seguros de que ele é um falso profeta? Sim. Estamos, portanto, autorizados em consciência a revogar a nossa obediência àquele que, apresentando-se como Papa, age como o javali bíblico na Vinha do Senhor? Sim. 5 No entanto, não podemos fazer nenhuma declaração oficial de que Bergoglio não é Papa, porque não temos autoridade para isso. Este terrível impasse em que nos encontramos torna impossível qualquer solução meramente humana. A nossa tarefa, porém, não deve ser lutar contra especulações canonistas abstratas, mas resistir com todas as nossas forças – e com a ajuda da graça de Deus – à ação explicitamente destrutiva do jesuíta argentino, rejeitando com coragem e determinação qualquer colaboração, mesmo indireta, com ele ou seus cúmplices. 6 Não nos enganemos: aqueles que persistem em ler a situação atual com olhos meramente humanos expõem não só a si mesmos, mas toda a humanidade à continuação e ao agravamento dessa situação: Pois a nossa batalha não é contra criaturas feitas de carne e osso, mas contra os principados e as potestades, contra os governantes deste mundo de trevas, contra os espíritos do mal que habitam nas regiões superiores (Ef. VI, 12). Kyrie eleison.

  • Comentários Eleison nº 859

    Por Dom Williamson Número DCCCLIX (859) – 30 de dezembro de 2023 OUTRO TESTEMUNHO A justiça de um Deus paciente em breve golpeará, Voltar-se para Deus agora muito oportuno será. Aqui está outro recém-convertido que recebeu muita luz em um mundo tragado pelas trevas da soberba. O homem moderno realmente pensa que com a sua “razão” mesquinha e a sua “ciência” materialista encontrou o verdadeiro caminho para uma vida boa, e que não precisa mais do Deus Todo-Poderoso. Mas Deus não abandona as Suas pobres criaturas humanas desgarradas; na verdade, o velho ditado católico irlandês segue tão verdadeiro como sempre, se não ainda mais: A ajuda de Deus está mais próxima que a porta. “Se não ainda mais”, porque, como diz a Escritura, “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos V, 20). Isto só pode significar que a abundância do mal que hoje nos rodeia deve ser um bom momento para buscarmos a Deus, através de Jesus Cristo – “Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (João VIII, 12). Ora, isso não significa que quem não segue a Cristo estará andando nas trevas? Vamos à leitura. Permita-me escrever-lhe para agradecer por toda a ajuda que recebi para encontrar o caminho de volta à verdadeira Fé católica através da Missa em latim. Nasci em 1963, cresci em Melbourne, na Austrália, e fui criado como católico no Novus Ordo. Até recentemente, eu não tinha a menor ideia do Vaticano II, nem de que a Missa e a Fé tivessem sido alteradas de forma tão desastrosa a ponto de levar ao colapso da Igreja. Eu simplesmente considerava como algo normal a forma como a Missa foi alterada. Na realidade, aos vinte anos deixei de ir àquela missa e abandonei a Fé, por causa das distrações do mundo, e porque sentia que havia muito pouco ali que realmente se conectasse com o meu espírito. Foi só quando a “pandemia” de covid emergiu repentinamente que percebi que havia algo profundamente maligno no mundo. Ao longo dos anos, ouvi o senhor em vários podcasts, como o de Andrew Carrington Hitchcock, e seus sermões no Youtube, nos dias em que o senhor não era tão censurado como agora. Pouco a pouco descobri o que era a fé católica, e como a direção do mundo moderno é totalmente contra a Fé e o bom senso. Então, quando assisti às quatro partes de “Confusion now hath made his masterpiece [A confusão agora realizou sua obra-prima]”, tudo se encaixou. Pude ver o que o liberalismo e o declínio da crença em Jesus Cristo tinham feito ao mundo ocidental: o liberalismo transformou o mundo numa fossa de maldade e insanidade. Por fim, voltei à Missa e aos Sacramentos. Também comecei a assistir à Missa em latim em Melbourne, onde obtive uma exposição muito mais ampla do verdadeiro catolicismo, e percebi que a recepção da Comunhão e muitas outras práticas no Novus Ordo não são nada reverentes. Essas coisas obviamente surgiram do Vaticano II. Durante os confinamentos, eu frequentemente caminhava com um amigo meu, e um dia ele me contou sobre o dia em que viu um salva-vidas do surf ter um ataque cardíaco enquanto nadava em uma praia local. Percebi que poderia morrer a qualquer momento, e que então enfrentaria o Juízo e a eternidade. Hoje em dia, o mundo está totalmente enfermo, pois a maioria das pessoas abandonou toda fé em Deus. A humanidade quer Satanás como seu mestre. É por isso que os seres humanos foram tão facilmente manipulados pela fraude da covid, com todas as suas restrições estúpidas, e também foram enganados para tomar a vacina mortal. Agradeço a Deus por me ter dado a graça de ver através das mentiras que a grande mídia nos contava ainda no início da chamada pandemia. Cheguei à conclusão de que o Santo Rosário é a única arma que pode mudar a maré contra o mal. Eis por que Nossa Senhora está sempre pedindo para que o rezemos. O mundo se dirige diretamente para o inferno, e somente a intervenção de Deus Todo-Poderoso pode deter a podridão mortal e restaurar a ordem. Eu realmente acredito que um grande Castigo cairá sobre este mundo nos próximos cinco a dez anos, no máximo, e que os Três Dias de Trevas estarão à nossa porta muito em breve, porque esta é a única maneira de Deus corrigir a humanidade. Kyrie eleison.

  • Comentários Eleison nº 858

    Por Dom Williamson Número DCCCLVIII (858) – 23 de dezembro de 2023 A QUEDA DA EUROPA – II Ao recusar Deus, os homens devem recorrer à humanidade – E logo passa a desdenhar da Beleza, da Verdade e da Bondade. Na semana passada, estes “Comentários” apresentaram, sem muitas explicações, o resumo – até onde foi possível –  de um excelente artigo sobre o atual estado deplorável da França e da Europa, escrito por um nacionalista francês, com o pseudônimo “Militant”. (Para o artigo original completo, consultar https://jeune-nation.com/nationalisme/natio-france/prenons-un-seul-parti-de-la-france-helleno-chretienne.) Um artigo desses publicado em uma revista política pode parecer não ter tem muito que ver com religião, mas é por isso que interessa para estes “Comentários”. O que estes gostariam de demonstrar é que os problemas mais graves da política humana não podem ser resolvidos sem a religião católica. Para demonstrar isso é mais fácil dizer do que fazer, porque toda a mentalidade do homem moderno se baseia na crença de que a política, a economia, a arte, a medicina, o direito, a música, etc. não têm nada que ver com a religião, ou a religião não tem nada que ver com eles. Em outras palavras, o melhor da argumentação política não vai longe o suficiente. Comecemos com um resumo em sete parágrafos do artigo da semana passada, ainda mais breve. A França e a Europa estão colapsando. Nós, nacionalistas, há muito que temos anunciado a catástrofe. A partir da década de 1950, um desastre político após outro causou pouca reação por parte do público. Desde a Idade Média, a França exerceu uma influência mundial largamente benéfica – que não existe mais. Hoje em dia, a França e a Europa estão deixando-se escravizar rapidamente pelos banqueiros gângsters de Nova Iorque e Londres. Por meio da sua guerra por procuração na Ucrânia, os EUA quebraram a concorrência da Europa e da Alemanha. Aqui está o fim de um mundo, mas as mais altas instituições da França permanecem em silêncio, dóceis, e seguem o fluxo. Qual é a solução? Na política devemos fazer o que pudermos, e preservando os tesouros culturais para tempos melhores. Mas agora vejamos se esta solução está perto de resolver a catástrofe evocada no início: Na verdade, os homens que amam o seu país não ficam satisfeitos com o sonambulismo enquanto ele está a ser destruído. Pelo menos os nacionalistas enxergam o grave problema e soam o alarme, e têm crédito por isso. Mas se tiverem olhos de ver, devem reconhecer que a “política”, tal como se entende hoje em dia, fracassou, está falida, quebrada. Por quê? Os nacionalistas, observando a própria falta de reação por parte do público, deveriam perguntar-se: como se pode refazer uma nação a partir de uma humanidade que está desfeita? O que está desfazendo o homem moderno? O que ainda pode refazê-lo? Uma família e um lar sólidos? Mas em comparação com a religião, o que mais pode a política fazer pela família e pelo lar? Não há como comparar! Caros franceses, observem bem aquela glória da França na Idade Média! De onde vocês acham que veio? Da política? De maneira nenhuma! Veio da Igreja, e não dos protestantes franceses, mas da Igreja Católica, que recebeu de Deus dons excepcionais para iluminar o mundo. Caros amigos franceses, não culpem os anglos pelas suas próprias revoluções contra Deus. Está aí, e não em outro lugar, a fonte envenenada de todos os seus problemas políticos, que agora envenenam o mundo. Problemas caros não têm soluções baratas. Trair a Deus é um problema que não tem solução meramente política! É verdade que os EUA e a Inglaterra dão muitos motivos para culpá-los, mas Deus nunca os designou para estarem à frente das nações. Nem a França egoisticamente nacionalista foi designada por Deus para isso, mas tão somente a França desinteressadamente católica, à maneira do Arcebispo Lefebvre. Veja o que a sua piedade francesa alcançou. Mas por que a França é atualmente liderada por indivíduos tão “infames”? Porque estes são os homens nos quais atualmente se votam, permitam-me dizê-lo, pela “política” numa “democracia”. E o mesmo está a acontecer em toda a Europa. O homem moderno não acredita em Deus ou na religião, mas no homem e na política. Ora, o lixo resultante é alguma surpresa? Não admira que o bravo escritor nacionalista chegue a uma solução tão frágil. É verdade que os monges medievais guardaram tesouros da cultura antiga para o benefício de toda a humanidade séculos mais tarde, mas pelo que foram motivados? Não pela política, mas por aquela religião que ensinou o valor perdurável da Beleza, do Bem e da Verdade. É claro que a política está sujeita à religião, ou à falta de religião, e a religião, ou a sua falta, governa a política. A razão não é difícil de encontrar. Deus existe, infinitamente acima de Suas criaturas meramente humanas, e n’Ele todos “vivem, se movem e têm seu ser”, em cada momento de sua existência (Atos XVIII, 28). A política não pode estar tão próxima de qualquer homem vivo. Pois, com efeito, a religião é a relação que cada homem deve ter com este Deus tão profundo dentro dele, enquanto a política é tão somente a relação exterior que ele tem com os seus semelhantes. Mas se um homem se recusa a crer em Deus, então naturalmente a sua política se torna a sua religião substituta. Cuidado, nacionalistas! Kyrie eleison.

  • Roma, Fraternidade e Resistência

    Devido a acusações que nos têm chegado de que a ruptura da Resistência em relação à Fraternidade não teria tido fundamento doutrinal, senão que teria ocorrido por pura desobediência ou por motivos pessoais, passamos a publicar e republicar textos novos e antigos dando os fundamentos da nossa posição, que se resume a conservar a mesma postura de Dom Lefebvre e de Dom Castro Mayer nesta crise na Igreja, recusando qualquer acordo prático com as autoridades romanas antes que estas voltem a professar a integridade da Fé Católica, condenando os erros do modernismo, do liberalismo e todos os outros condenados pelos papas até Pio XII. ROMA, FRATERNIDADE E RESISTÊNCIA por Arsenius Desde a oficialização do humanismo, por obra dos Padres Conciliares do Vaticano II, os Papas e seus assessores só avançam em um plano fortemente inclinado para o abismo, com a característica própria da queda: a aceleração contínua à medida que a queda se precipita. Esse quadro não é, de modo algum, propício a causar em nós a mínima esperança de um vislumbre de desejo de qualquer um deles no sentido de ajudar, sob qualquer forma, a Tradição (entendida como sendo simplesmente a Santa Igreja). Apesar disso, houve quem não só tivesse essa esperança, mas uma estranha certeza de que as coisas estavam melhorando (?) em Roma com relação à Tradição (no sentido, agora sim, de um grupo que quer entrar em uma condenável “unidade na diversidade”). E essa foi a causa da tão enigmática (para muitos) separação entre a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a chamada Resistência. O ano de 2012 foi definitivo para a divisão de águas: o Capítulo Geral da Fraternidade muda a resolução do Capítulo Geral de 2006: antes, a Fraternidade se comprometia a não fazer acordo com Roma enquanto nesta não triunfasse a verdade católica. Agora, o acordo prático é desejado, sem que essa verdade haja voltado à cabeça do Papa e de seus assessores. Dom Williamson é proibido de comparecer ao Capítulo. Depois ele é expulso da Fraternidade. Os anos seguintes vão ser palco de uma aproximação cada vez mais marcante entre Roma e a Fraternidade: gradativamente, Roma torna “legítimos” matrimônios, ordenações sacerdotais e confissões administrados pela Fraternidade. Isso seria a concretização da famosa frase “Roma dá tudo e não pede nada”? A qual seria, assim, uma realidade e não uma ilusão? Poderíamos responder que isso foi apenas uma maneira de fazer com que a Fraternidade agisse, dali para o futuro, cada vez mais, somente com a aprovação da Roma modernista, sem mais basear sua atividade no estado de necessidade geral e grave, pois este haveria perdido sua realidade a partir do momento em que a Tradição teria sido “oficializada” por Roma, a qual, no entanto, estaria esperando o dia em que iria “puxar o tapete”, colocando a Fraternidade diante de uma perplexidade na qual ela mesma se colocou. Mas, talvez, o recente anúncio de que a Fraternidade vai sagrar um ou mais bispos sem a permissão de Roma, seja um sinal de que tudo vai voltar à situação como era antes do ano de 2012. Isso nos parece, infelizmente, quase impossível. Uma volta ao mesmo espírito combativo de Dom Lefebvre contra os inimigos da Igreja instalados em Roma parece-nos uma herança majoritariamente perdida dentro da Fraternidade. O futuro nos parece sombrio, apesar de que Deus não deixe de agir em muitas almas através da ação dos membros Fraternidade. Mas isso não impede de constatar que ela deveria corrigir vários de seus princípios de ação. Uma coisa é certa, quanto maiores são os escândalos dados no atual pontificado, tanto maior é a possibilidade de que se desvaneçam as ilusões de aproximação com a Roma atual. Que Nossa Senhora nos faça compreender bem e amar profundamente a Igreja de todos os séculos, a qual não se identifica com esta caricatura construída no Concílio Vaticano II e na sua posterior aplicação, através dos pontificados que se lhe seguiram. 3 de janeiro de 2024

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