Por Dom Williamson
Número DCCCXCVII (897) – 21 de setembro de 2024
VIGANÒ COM CARLSON – I
Hoje nos dizem que Deus não existe.
Mas se isso fosse verdade, por que se sente tanto a Sua falta?
Tucker Carlson é um conhecido jornalista americano. Mesmo não sendo católico, um de seus programas de televisão, transmitido no ano passado, inspirou o Arcebispo Viganò a escrever um artigo muito interessante ao qual se poderia dar o título: “A religião que não diz o seu nome”. A ideia central de Tucker Carlson é que o humanismo secular pretende ser livre de toda e qualquer religião, mas isso ele consegue somente comportando-se como uma religião substituta. Em outras palavras: “Expulsai o natural, e ele voltará a galope” (provérbio francês), ou, “Ainda que a expulses com um forcado, a natureza voltará a aparecer” (Horácio, poeta romano). Os homens podem recusar Deus, mas não podem viver sem Ele, porque é d’Ele que eles vêm, e é a Ele que todos eles estão destinados. Para ver quanta luz o Arcebispo encontra nas observações do jornalista, prossiga com a leitura.
Em uma entrevista na Fox News intitulada A igreja do ambientalismo, o jornalista Tucker Carlson trouxe à tona uma contradição que pode ter escapado à atenção de muitos, mas que é extremamente reveladora. Carlson recorda que a Constituição dos EUA proíbe qualquer religião de Estado, mas por algum tempo o Partido Democrata que está atualmente no governo tem imposto ao povo americano o culto globalista: uma religião em todos os aspectos, abrangente, com sua agenda verde, dogmas woke, cultura do cancelamento, sacerdotes da Organização Mundial da Saúde e profetas do Fórum Econômico Mundial.
Em nome da religião globalista, seus adeptos exigem que todos os cidadãos se comportem de acordo com a moralidade da Nova Ordem Mundial, aceitando acriticamente e com uma atitude de submissão devota as doutrinas definidas ex cathedra pelo Sinédrio de Davos. Os cidadãos não são obrigados somente a compartilhar as motivações que justificam as políticas sanitárias, econômicas ou sociais impostas pelos governos, mas a dar seu consentimento cego e irracional. Não é permitido contestar a psicopandemia, sustentar a falta de fundamento dos alarmes climáticos, opor-se à provocação da OTAN à Federação Russa com a crise ucraniana ou recusar-se a ficar parado enquanto crianças são corrompidas com obscenidades LGBTQ.
Os sumos sacerdotes dessa religião chegaram ao ponto de teorizar o sacrifício humano por meio do aborto e da eutanásia: um sacrifício exigido pelo bem comum, para não superpovoar o planeta ou sobrecarregar a saúde pública. A adesão ao globalismo não é opcional: é a religião do Estado, e o Estado “tolera” os não praticantes apenas na medida em que sua presença não impeça a sociedade de exercer esse culto. O ato público de vacinação representou uma espécie de “batismo” na fé globalista, a iniciação ao culto.
A “igreja do ambientalismo” define-se como inclusiva, mas não tolera a dissidência. Aqueles que não aceitam o antiEvangelho de Davos são ipso facto hereges, e devem, portanto, ser punidos, excomungados, separados do corpo social e considerados inimigos públicos.
Essa religião de Estado se espalhou para todas as nações do mundo ocidental, cujos líderes foram convertidos ao “Verbo” globalista pelo apóstolo do Great Reset, Klaus Schwab, seu autoproclamado “papa”, que é investido de uma autoridade infalível e incontestável. No site do Fórum Econômico Mundial, encontramos a lista de “prelados” do globalismo. Uma rede muito poderosa, altamente organizada, disseminada não apenas no topo das instituições, mas também em universidades e tribunais, em empresas e hospitais, em entidades da periferia e municípios, em associações culturais e esportivas, de modo que é impossível escapar da doutrinação mesmo em uma escola primária provincial ou em uma pequena comunidade rural.
A observação de Tucker Carlson destaca o engano ao qual somos submetidos diariamente por nossos governantes: a imposição teórica da laicidade do estado serviu para eliminar a presença do verdadeiro Deus das instituições, enquanto a imposição prática da religião globalista serve para introduzir Satanás nas instituições, com o objetivo de estabelecer aquela Nova Ordem Mundial distópica na qual o Anticristo reivindicará ser adorado como um deus, em seu delírio louco de substituir Nosso Senhor.
Kyrie eleison.
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